Publicado em: 20 de setembro de 2024
Foto: Telegram/ReproduçãoOs explosivos que estavam nos pagers e walkie-talkies de membros do grupo extremista Hezbollah foram implantados nos aparelhos antes de chegarem ao Líbano, segundo o governo libanês.
A informação compõe uma investigação preliminar do Líbano sobre as explosões e foi comunicada à Organização das Nações Unidas (ONU) pela missão libanesa na ONU em carta à qual a agência Reuters teve acesso nesta quinta-feira (19). O Conselho de Segurança do órgão bilateral se reunirá nesta sexta para discutir o caso.
A série de explosões de pagers e walkie-talkies de membros do Hezbollah entre terça (17) e quarta-feira (18) matou 37 pessoas e deixou mais de três mil feridos no Líbano, segundo o Ministério da Saúde libanês.
Na investigação, as autoridades libanesas também determinaram que os pagers e walkie-talkies foram detonados por meio do envio de mensagens eletrônicas para os aparelhos, segundo a carta. A missão do Líbano na ONU também acusou Israel pelo planejamento e execução dos ataques.
Sem GPS, os aparelhos ‘offline’ eram utilizados pelo grupo extremista para fugir do rastreamento israelense. Hezbollah e Israel trocam agressões desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro de 2023.
A investigação do Líbano vai ao encontro de uma informação revelada pelo jornal americano “The New York Times”, de que Israel teria vendido os dispositivos ao Hezbollah por meio de uma empresa de fachada, em um plano de longo prazo executado pelas agências de operações secretas israelenses Mossad e Unidade 8200.
O chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, afirmou nesta quinta (18) que o grupo extremista tinha mais de 4.000 dispositivos do tipo — pequenos aparelhos de recebimento de mensagem por texto usados nas décadas de 1980 e 1990 —, mas que nenhum deles pertencia ao alto escalão.
Via G1