Publicado em: 12 de julho de 2024
AP - Jean-Francois BadiasA Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA), um órgão da UE com sede em Viena, indica que 96% dos judeus europeus relatam que sofreram antissemitismo em sua vida diária ou na internet nos últimos 12 meses. A maioria dos entrevistados considera que “a situação piorou nos últimos anos”, afirmou a presidente da FRA, Sirpa Rautio.
Mesmo antes do ataque do Hamas de 7 de outubro no sul de Israel, que desencadeou a guerra em Gaza, os judeus europeus relataram que enfrentavam comportamentos antissemitas: 80% dos entrevistados afirmaram que a situação piorou nos últimos anos.
Um total de 76% dos judeus europeus declararam que “ocultam ocasionalmente a sua identidade”. O resultado é particularmente marcante na França, onde 83% dos entrevistados afirmaram que escondem integrar esta comunidade.
Impacto da guerra em Gaza
Para medir o impacto do conflito em Gaza, o relatório utiliza informações compiladas “recentemente por 12 organizações comunitárias judaicas”. “As consequências do conflito afetam os avanços alcançados com dificuldade” e observados após a adoção da primeira estratégia europeia de luta contra o antissemitismo em 2021, diz o documento.
O relatório aponta um “aumento dramático” dos incidentes. Na França, 74% dos judeus consideram que o conflito alimenta um sentimento de insegurança, a taxa mais elevada entre os países pesquisados. No conjunto da Europa, a percepção afeta 62% da comunidade judaica.
A FRA disponibilizou um questionário online entre janeiro e junho de 2023 para quase 8 mil judeus, de 16 anos ou mais, que vivem nos 13 países que abrigam 96% da população judaica do bloco, composto por 27 países.
Este é o terceiro relatório sobre o tema, após as pesquisas realizadas em 2013 e 2018. Segundo as conclusões, a comunidade judaica aponta que o principal “estereótipo negativo” envolve os preconceitos que associam este grupo a pessoas que “possuem o poder, controlam as finanças e a mídia”. Em segundo lugar, os entrevistados citam a afirmação de que Israel não tem “direito de existir como Estado”.
Em 4% dos casos, os entrevistados dizem que sofreram agressões físicas, contra 2% na pesquisa de 2018. E 60% expressaram que não estão satisfeitos com as medidas dos seus governos para combater o antissemitismo.
Via RFI