Publicado em: 19 de abril de 2024
Foto: Arquivo pessoal/Reprodução NDNo último domingo (14), uma mulher morreu em decorrência de um suposto erro médico cometido pelo Hospital Waldomiro Colautti de Ibirama, no Alto Vale do Itajaí. Márcia Vaicomen Vei-tcha Teie, de 34 anos, morava com a família na Terra Xokleng, em José Boiteux, e havia se formado recentemente como técnica de enfermagem.
De acordo com Acir Caile Pripá, a esposa morreu em decorrência de problemas causados pelo esquecimento de uma gaze dentro de seu corpo, após passar por uma cirurgia para retirar uma pedra na vesícula.
O Portal ND Mais entrou em contato com o Hospital Waldomiro Colautti de Ibirama, o qual disse que não irá se manifestar sobre o caso.
Em nota, a SES (Secretaria de Estado da Saúde) informou que solicitou à direção da instituição a realização de todos os procedimentos administrativos “e as providências internas estão sendo tomadas para a apuração dos fatos. A direção da instituição segue à disposição da família para maiores esclarecimentos”, concluiu.
Mulher começou a passar mal dias após a cirurgia
Acir relembra que a esposa passou pela cirurgia no dia 12 de dezembro, três dias após sua formatura. Tudo corria bem aparentemente, até que cerca de 15 dias depois, Márcia começou a sentir fortes dores na barriga.
Preocupado, o marido passou a levar a mulher para receber atendimento médico no hospital. De acordo com o homem, os profissionais diziam ser inchaço e íngua causados devido à cirurgia recente e receitaram analgésicos.
Os medicamentos não fizeram efeito e ele levou a esposa ao Pronto Socorro em José Boiteux, sendo solicitados alguns exames para identificar a origem do problema.
Devido ao tempo de espera estipulado pelo SUS (Sistema Único de Saúde), eles optaram por pagar e fazer os exames no particular. Foi feita uma ultrassom, que não constatou anda, mas no exame de endoscopia foi identificado uma gaze esquecida dentro do corpo de Márcia.
Conforme Acir, a esposa precisou passar por uma nova cirurgia para retirar a gaze, onde foi identificada uma infecção, sendo retirado parte do seu estômago e intestino.
O marido conta que no decorrer da recuperação, Márcia acabou contraindo uma bactéria no hospital que evoluiu para pneumonia, e também surgiu um edema cerebral, o que agravou o estado de saúde dela.
Família irá buscar por justiça
Na noite de domingo (14), Márcia não resistiu e veio a falecer, deixando para trás os sonhos que cultivava com o marido e os três filhos, de 6, 9 e 12 anos. Acir disse que já está em contato com um advogado e que irá entrar com um processo contra o hospital.
“Quando eu fui buscar os prontuários no hospital para averiguar e entrar com um possível processo, me entregaram prontuários antigos que não tinha nada a ver com o fato ocorrido, que era alguns exames que ela fez no ano passado, mas que não revelava nada do que tinha acontecido”, disse.
Agora, a família vive com a dor da partida precoce de Márcia e busca justiça.
“Esse erro médico trouxe uma grande revolta, porque destruiu minha família, meu sonho com a minha esposa. A gente tinha todo um planejamento, a vida vinha correndo como a gente sonhou. Eu estudei em universidade federal, me formei, trabalhei como professor e consegui pagar o curso de enfermagem da minha esposa, no qual ela se formou”.
Fonte: ND