Publicado em: 30 de novembro de 2025
Dados do IBGE mostram que mulheres vivem, em média, 6,6 anos a mais que os homens, e idosos ganham mais tempo de vida após os 60.
A expectativa de vida ao nascer no Brasil atingiu 76,6 anos em 2024, o maior patamar desde o início da série histórica do IBGE, em 1940. O resultado, divulgado nas Tábuas Completas de Mortalidade, confirma a recuperação das perdas registradas durante a pandemia de covid-19 e consolida uma trajetória de longevidade impulsionada por melhorias em saneamento, saúde e renda.
A disparidade entre gêneros permanece acentuada: as mulheres têm expectativa de vida de 79,9 anos, enquanto os homens vivem, em média, até 73,3 anos. Essa diferença de 6,6 anos é atribuída principalmente à chamada sobremortalidade masculina, especialmente entre jovens, onde causas externas como violência e acidentes são mais frequentes. Quem chega à terceira idade também ganha: uma pessoa de 60 anos hoje pode viver, em média, mais 22,6 anos.
A queda da mortalidade infantil, que recuou para 12,3 óbitos por mil nascidos vivos, é um dos pilares para o aumento da longevidade nacional. Embora o país tenha superado o patamar pré-pandemia, ainda está atrás de nações como Japão e Coreia do Sul, onde a expectativa de vida supera os 84 anos.
Saiba mais:
A evolução da expectativa de vida no Brasil é um reflexo direto das transformações sociais e sanitárias do século XX. Em 1940, um brasileiro vivia, em média, apenas 45,5 anos. O salto de mais de 31 anos em oito décadas deve-se principalmente à drástica redução da mortalidade infantil, que era de 146,6 óbitos por mil, e ao controle de doenças infecciosas através de vacinação e saneamento básico. No contexto global, o Brasil acompanha a tendência de envelhecimento populacional, mas ainda precisa avançar em políticas públicas para idosos e na redução de mortes violentas entre jovens para se aproximar dos países mais longevos.