Família busca trazer para casa corpo de içarense assassinada na Itália

Jéssica Stapazzollo, de 33 anos, foi vítima de feminicídio com 27 facadas; custo para repatriar o corpo é estimado em R$ 60 mil.

A brasileira Jéssica Stapazzollo, de 33 anos, foi brutalmente assassinada a facadas em sua casa em Castelnuovo del Garda, no norte da Itália. O crime ocorreu entre os dias 26 e 27 de outubro, e o principal suspeito, seu ex-companheiro, confessou a autoria do feminicídio após ser preso. A polícia local encontrou o corpo da vítima cerca de 24 horas após o ocorrido.

A família de Jéssica, natural de Içara (SC), agora enfrenta uma batalha emocional e financeira para repatriar seu corpo. O custo estimado para o translado é de R$ 60 mil, valor que parentes e amigos tentam levantar por meio de uma vaquinha virtual. O Consulado-Geral do Brasil em Milão confirmou que presta apoio à família e acompanha os trâmites legais para a repatriação.

O caso chocou a comunidade local e ganhou grande repercussão na mídia italiana. A prefeitura de Castelnuovo del Garda emitiu nota classificando o assassinato como um “terrível ato de violência” e realizou uma homenagem pública à vítima. O padrasto de Jéssica, Mauricio Donato, relatou que a mãe da jovem recebeu a notícia com profundo choque e precisa de acompanhamento médico.

Saiba mais:

O feminicídio de Jéssica reflete um problema alarmante na Itália. Dados do Instituto Nacional de Estatística italiano (Istat) indicam que, em 2023, uma mulher foi morta a cada três dias no país, frequentemente por parceiros ou ex-parceiros. A Itália possui uma legislação específica contra o feminicídio desde 2013, mas casos como o de Jéssia evidenciam a persistência da violência de gênero como uma chaga social, um desafio que também mobiliza a sociedade brasileira na luta pela vida das mulheres.