Tóquio reelege prefeita, apesar da pouca representatividade feminina na política do Japão

Publicado em: 8 de julho de 2024

Tóquio reelege prefeita, apesar da pouca representatividade feminina na política do Japão
Foto: REUTERS - KYODO

O Japão nunca teve uma mulher como primeira-ministra e a grande maioria dos deputados é formada por homens, mas a capital japonesa, que representa um décimo da população do país e é responsável por um quinto da sua economia, é liderada desde 2016 por Yuriko Koike, uma ex-apresentadora de TV, de 71 anos.

Os primeiro resultados, anunciadps pela emissora pública NHK e outros meios de comunicação no fechamento das urnas, às 20h (8h de Brasília), mostraram que a candidata conservadora, que já foi ministra da Defesa e Meio Ambiente, foi reeleita para um terceiro mandato de quatro anos, derrotando com folga os demais oponentes.

Entre seus principais adversário estava outra mulher, a ex-deputada da oposição, modelo e também apresentadora de TV, Renho, de 56 anos. Embora a atenção durante a campanha tenha se concentrado nas duas mulheres, os resultados prévios divulgados pela NHK colocou em segundo lugar o candidato independente Shinji Ishimaru, 41 anos, ex-prefeito de Akitakata, no oeste do Japão, que tem como destaque sua experiência na área de finanças, como ex-banqueiro.

“Com o forte apoio dos habitantes de Tóquio, fui nomeada para liderar esta grande cidade”, disse Koike aos apoiadores após a divulgação das primeiras estimativas. “Hoje, o Japão e Tóquio enfrentam desafios diferentes”, como a inflação e as baixas taxas de natalidade, sublinhou.

Yuriko Koike esteve à frente da metrópole durante os Jogos Olímpicos de 2020, realizados em 2021 por causa da pandemia de Covid-19, e passou a bandeira olímpica para a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, na cerimônia de encerramento.

A sua reeleição é bem-vinda para o Partido Liberal Democrata, no poder, do impopular primeiro-ministro Fumio Kishida, que apoiou Koike. Eleições nacionais estão planejadas no Japão para o final de 2025.

Incentivo à taxa de natalidade

A eleição ocorreu num contexto de preocupação com a demografia. A taxa de fertilidade nacional atingiu um novo mínimo no ano passado, com 1,2 filhos por mulher, em média, e o número é ainda mais baixo em Tóquio, com 0,99.

Tanto Yuriko Koike como Renho se comprometeram a aumentar o apoio à educação das crianças. Koike também prometeu subsidiar as injeções peridurais, para cesáreas. “Depois de ter o primeiro filho, ouço algumas pessoas dizerem que nunca mais querem sentir esta dor”, disse Koike, segundo a mídia local.

Cinquenta e seis candidatos – um recorde – foram inscritos para esta eleição, mas muitos dele são fantasiosos. Um candidato vestido de “Coringa” apelou à legalização da poligamia, outros fizeram campanha por mais golfe, pôquer ou simplesmente para ganhar publicidade.

A contagem dos votos começou imediatamente após o encerramento das urnas e os resultados oficiais serão divulgados na manhã de segunda-feira (8).

Os meios de comunicação locais estimam que a taxa de participação poderá ser superior à de 2020, dado um aumento de 20% nos votos antecipados em comparação com as últimas eleições. A participação foi de 55% na última votação para a prefeitura de Tóquio, em comparação com quase 60% quando Koike foi eleita pela primeira vez em 2016.

Via RFI

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