Publicado em: 10 de setembro de 2025
Uma verdadeira tempestade protecionista se forma sobre a economia de Santa Catarina. O anúncio de tarifas de até 50% sobre produtos importados pelos Estados Unidos, medida do ex-presidente Donald Trump, pode custar caro ao estado: até 100 mil empregos e uma retração de R$ 1,2 bilhão no PIB, de acordo com um estudo da Federação das Indústrias de SC (Fiesc). Os reflexos, porém, não serão uniformes, castigando com mais força regiões com menor diversificação econômica.
A região Serrana é a que enfrenta o cenário mais crítico, dada sua forte dependência das exportações de madeira e móveis para o mercado americano. Municípios como Caçador, Passos Maia e Vargeão estão na linha de frente. Enquanto isso, o Vale do Itajaí preocupa-se com setores como máquinas e metais, e até o Sul do estado, conhecido pela diversidade econômica com cerâmica e mel, se prepara para impactos. É o caso de Braço do Norte, onde a produção de molduras voltadas para os EUA pode sentir o golpe, apesar da relativa resiliência da região.
O estudo da Fiesc simulou três cenários, e mesmo no mais otimista – uma queda de 30% nas exportações –, a perda seria significativa: cerca de 20 mil postos de trabalho evaporariam em dois anos. O Norte e o Oeste do estado, com polos industriais robustos como Joinville e Jaraguá do Sul, teriam uma certa amortecimento, mas a onda de choque do “tarifaço” deve percorrer toda a cadeia produtiva catarinense, gerando prejuízos bilionários e um alerta geral para a indústria local.
26 de novembro de 2024