Publicado em: 8 de novembro de 2025
Jacinto Machado lidera ranking com 88,4 mm em 12 horas; enquanto isso, Oeste do estado concentra os estragos mais severos causados pelos ventos.
A passagem de um ciclone extratropical por Santa Catarina nesta sexta-feira (7) revelou dois cenários de impacto: no Sul do estado, a força da tempestade veio das nuvens. A Defesa Civil estadual apontou a região com os maiores acumulados de chuva no período de 12 horas, tendo Jacinto Machado como epicentro das precipitações, com um registro de 88,4 milímetros. Outras cidades como Morro Grande, Sombrio e Araranguá também tiveram volumes significativos, todos acima de 77 mm.
Enquanto o Sul foi castigado pela água, a fúria do ciclone se manifestou no Oeste catarinense através do vento. Rajadas que chegaram a 100 km/h causaram os estragos mais aparentes, com relatos de destelhamentos e postes arrancados, como registrado em Xanxerê. A Defesa Civil havia emitido alerta vermelho para tempestades severas nessas regiões, indicando o alto risco potencializado pela combinação de chuva intensa, ventania e a possibilidade de queda de granizo.
O fenômeno atuou sobre Santa Catarina entre sexta-feira e o sábado (8), com o sistema avançando do Oeste para o Litoral ao longo do dia. O alerta laranja, de perigo intermediário, foi estendido para áreas como a Grande Florianópolis, Litoral Norte e partes do Vale do Itajaí, onde também foram registrados temporais com ventos fortes.

Saiba mais:
Ciclones extratropicais, como o que atingiu Santa Catarina, são sistemas de baixa pressão típicos das latitudes médias e são frequentemente os responsáveis pelos eventos de chuva mais intensos e ventos fortes no Sul do Brasil. Diferentemente dos ciclones tropicais (furacões), eles se formam a partir da frente fria e obtêm sua energia do contraste de temperatura entre massas de ar, sendo geralmente mais amplos e associados a frentes frias. Estudos do Grupo de Previsão de Tempo e Clima da UFSC indicam que esses sistemas são comuns no outono e inverno, podendo causar desde chuvas persistentes até eventos severos com vendavais e granizo, representando um dos maiores desafios para a defesa civil na região.
(Fontes: Defesa Civil de SC, Epagri/Ciram e Grupo de Previsão de Tempo e Clima da UFSC)

11 de novembro de 2024