São Ludgero pode obrigar uso de “savo” protetor em todos os sepultamentos

Publicado em: 17 de outubro de 2025

São Ludgero pode obrigar uso de “savo” protetor em todos os sepultamentos

 

Proposta aprovada em primeira votação visa prevenir a contaminação do solo e da água por fluidos da decomposição corporal.

A Câmara de Vereadores de São Ludgero deu um passo importante para tornar obrigatório o uso de um invólucro protetor (conhecido como “savo”) em todos os sepultamentos do município. O projeto, enviado pelo Poder Executivo, foi aprovado em primeira votação e obriga as funerárias a utilizarem um saco impermeável com camada absorvente para envolver os corpos. O descumprimento da norma pode acarretar multas para as empresas do setor.

A medida tem como objetivo principal conter o vazamento do necrochorume, líquido resultante do processo de decomposição orgânica que pode poluir o solo e contaminar o lençol freático. A discussão em São Ludgero reflete uma tendência nacional de cuidado com a saúde pública e o meio ambiente, alinhando-se a resoluções como a do CONAMA 335, que desde 2003 exige licenciamento ambiental para cemitérios. Embora normas da Anvisa já prevejam o uso de invólucros para transporte interestadual ou em casos de doenças infecciosas, a lei municipal busca universalizar a prática para todos os sepultamentos, ampliando a proteção.

O projeto estabelece que as funerárias são responsáveis pela utilização do equipamento e devem comunicar a obrigatoriedade às famílias. A fiscalização será feita no momento do sepultamento, que só será autorizado mediante a comprovação do uso do “savo”. Em caso de descumprimento, as penalidades previstas variam de advertência por escrito a multas que podem chegar a 20 UFM (Unidades Fiscal do Município) em situações de reincidência. A proposta será submetida a uma segunda e decisiva votação na sessão de segunda-feira, 20 de outubro de 2025.

Saiba mais
A preocupação com a contaminação por cemitérios é respaldada por diversos estudos. Pesquisas realizadas pela Embrapa e por universidades públicas já detectaram a presença de necrochorume em águas subterrâneas próximas a cemitérios verticais e horizontais. Esse líquido, rico em matéria orgânica e sais minerais, pode carregar também coliformes fecais e, em menor escala, substâncias como a putrescina e a cadaverina, resultantes da decomposição. A impermeabilização dos caixões e o uso de invólucros são barreiras sanitárias essenciais, mas especialistas alertam que a solução completa exige também um correto planejamento na localização e na construção dos cemitérios, com sistemas de drenagem e impermeabilização do solo.

  • Banner
  • Banner
  • Banner
  • Banner
  • Banner
Compartilhe essa notícia nas redes sociais!
  • Banner Mobile
  • Banner Mobile
  • Banner Mobile