Publicado em: 14 de outubro de 2025
Em discurso a agências de notícias, Pontífice enalteceu a imprensa como um bem público essencial e homenageou repórteres que arriscam a vida em zonas de conflito.
Em um discurso contundente para líderes da comunicação, o Papa Leão XIV afirmou que o jornalismo nunca pode ser considerado um crime, mas sim um direito fundamental a ser protegido. A declaração foi dada durante a 39ª Conferência da Associação Minds International, uma rede global de agências de notícias, na qual o Pontífice abordou a crise de confiança e a desinformação que marcam a era digital.
O Santo Padre destacou a informação como um “bem público que todos devemos proteger” e prestou tributo aos repórteres que operam em zonas de conflito. “Se hoje sabemos o que aconteceu em Gaza, na Ucrânia e em tantas outras terras ensanguentadas por bombas, devemos isso, em grande parte, a eles”, declarou, lembrando os profissionais que são vítimas da guerra e de ideologias que buscam calar a imprensa. Ele reforçou um apelo histórico pela libertação de jornalistas injustamente perseguidos e presos.
Além de reconhecer o paradoxo de uma época com abundância de meios de comunicação, mas escassa em informação confiável, o Papa encorajou os profissionais em seu “serviço tão importante”. A fala reforça o posicionamento da Igreja em defesa de uma imprensa livre e da busca pela verdade como pilares de uma sociedade saudável.
Saiba mais:
A defesa da liberdade de imprensa pelo Vaticano tem raízes históricas, mas o atual contexto de guerras e autoritarismo dá um caráter de urgência ao apelo. Segundo a UNESCO, mais de 1.600 jornalistas foram assassinados globalmente nas últimas duas décadas, com cerca de nove em cada dez casos permanecendo impunes. A referência do Papa a Gaza e Ucrânia ressalta o risco extremo: o Comitê para a Proteção dos Jornalistas registrou que 2023 foi um dos anos mais letais para a categoria, impulsionado por esses conflitos. A fala se alinha com a Doutrina Social da Igreja, que, embora valorize a comunicação responsável, sempre condenou a censura e a perseguição aos mensageiros da verdade.