Padre lauromülense comenta clima em Roma após a morte do Papa e relata encontros com Francisco

Publicado em: 22 de abril de 2025

Padre lauromülense comenta clima em Roma após a morte do Papa e relata encontros com Francisco
Foto: Arquivo pessoal

O clima no Vaticano é de comoção e luto profundo após a morte do Papa Francisco, ocorrida na manhã de segunda-feira (21), em seu apartamento na Casa Santa Marta. A causa oficial do falecimento, conforme divulgado pelo Vaticano, foi derrame cerebral, coma e parada cardiorrespiratória irreversível. O pontífice, de 88 anos, enfrentava um quadro de saúde fragilizado, marcado por insuficiência respiratória aguda decorrente de pneumonia bilateral multimicrobiana, bronquiectasias múltiplas, hipertensão e diabetes tipo II.

Primeiro Papa jesuíta e também o primeiro da América Latina, Francisco marcou seu pontificado com uma postura de simplicidade, diálogo e defesa dos mais pobres. Sua morte abalou não apenas os católicos italianos, mas também toda a comunidade internacional.

Direto de Roma, onde está há dois anos cursando mestrado em Liturgia, o padre lauromülense Maxssuél da Rosa Mendonça participou de entrevista na rádio Cruz de Malta nesta terça-feira (22) e comentou o impacto da notícia entre os fiéis e o clero.

“Vínhamos com muita tranquilidade consciente de toda a fraqueza do Papa Francisco, de toda a sua convalescença. A última imagem dele no domingo de Páscoa foi muito impactante, mostrando sua fragilidade. E ontem pela manhã, quando voltávamos das paróquias onde ajudamos nas celebrações da Semana Santa, fomos surpreendidos com a notícia da morte do Papa”, contou.

Na Itália, a segunda-feira após o Domingo de Páscoa é feriado — o chamado Pasquetta ou “Segunda-feira do Anjo”. A data, originalmente cristã, lembra a aparição do anjo às mulheres no túmulo de Jesus, anunciando sua ressurreição. Com o tempo, a celebração ganhou um caráter mais social, sendo um dos dias mais aguardados da primavera italiana. Neste ano, no entanto, o clima foi completamente alterado. “Tudo foi cancelado ou modificado em virtude do luto pela morte do Papa”, explicou o padre.

Dois encontros marcantes com Francisco

Padre Maxssuél também teve a oportunidade de encontrar pessoalmente o Papa em duas ocasiões. A primeira foi durante a conclusão de um curso na Penitenciaria Apostólica, no âmbito de seu mestrado em Direito Canônico.

“Éramos cerca de 120 padres. O Papa, com toda sua sobriedade, improvisou como de costume, sem discursos formais. Ele nos entregou o discurso impresso e fez questão de cumprimentar um por um. Naquele momento, mostrei a ele uma foto da minha família no celular e pedi sua bênção para meu pai, minha mãe, que estão longe. Ele abençoou com aquele olhar humano, misericordioso, muito próximo. Francisco era assim, falava de coração para coração.”

O segundo encontro ocorreu recentemente, durante as comemorações dos 90 anos do colégio onde reside em Roma. “Ele abriu espaço para perguntas, falou com todos nós e, novamente, cumprimentou um por um. Mostrei a foto da nossa Diocese de Criciúma e pedi que ele abençoasse também a nossa Igreja. Ele fez isso com muito carinho.”

O sacerdote também comentou sobre o ambiente no Vaticano e os próximos passos da Igreja. Em breve, o conclave será convocado, reunindo cardeais de todo o mundo para eleger o novo líder da Igreja Católica. Até lá, o Vaticano permanece em estado de luto e oração pela alma de Francisco — o Papa que conquistou o mundo com gestos simples e coração aberto.

Clique aqui e ouça a entrevista completa no site da Rádio Cruz de Malta

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