Publicado em: 2 de novembro de 2025
Operação Nuremberg, considerada um dos maiores golpes contra a extrema-direita no país, cumpriu 21 mandados em quatro estados para desarticular célula acusada de discurso de ódio e planejamento de atos violentos.
Em uma ação nacional contra o extremismo, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) deflagrou nesta sexta-feira (31) a Operação Nuremberg. O objetivo é desarticular um dos maiores grupos neonazistas em atividade no Brasil, que tem entre seus investigados um morador de Cocal do Sul, no sul de Santa Catarina. Foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão em quatro estados, incluindo duas cidades catarinenses: Cocal do Sul e Jaraguá do Sul.
A investigação aponta que o grupo atuava com estrutura hierárquica rígida, realizava rituais de batismo, cobrava mensalidades e produzia conteúdo virtual extremista. Entre os crimes investigados estão a disseminação de ideologia neonazista, discursos de ódio, antissemitismo e o planejamento de atos violentos. Durante as buscas, policiais apreenderam material de propaganda nazista, armas brancas e socos ingleses.
A operação contou com a cooperação de órgãos de Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Sergipe. O Ministério Público de SC reforçou que não tolerará ideologias violentas e que as investigações, que seguem em sigilo, visam identificar e responsabilizar todos os envolvidos na rede.
Saiba mais
A operação recebeu o nome “Nuremberg” em uma referência direta aos Julgamentos de Nuremberg, uma série de tribunais militares internacionais realizados após a Segunda Guerra Mundial. Esses julgamentos, ocorridos entre 1945 e 1946, foram um marco na história do direito penal internacional, pois responsabilizaram líderes nazistas por crimes de guerra, crimes contra a paz e, principalmente, crimes contra a humanidade. O episódio simboliza a perseguição legal e a condenação do antissemitismo, do extremismo e da intolerância, estabelecendo um precedente para a justiça contemporânea no combate a grupos que pregam o ódio.