Publicado em: 27 de setembro de 2025
Em novembro de 1955, o Brasil vivia uma das maiores crises políticas de sua história. Após o suicídio de Getúlio Vargas, a sucessão presidencial tornou-se um campo de batalha. O vice Café Filho afastou-se por saúde, e seu substituto, Carlos Luz, foi deposto em apenas três dias sob acusação de apoiar um golpe. Nesse vácuo de poder, emergiu a figura conciliadora de Nereu Ramos, então presidente do Senado e natural de Lages (SC), o quarto na linha de sucessão.
Com a missão de pacificar os ânimos entre o Congresso e as Forças Armadas, Nereu Ramos assumiu o comando do país por um curto, porém crucial, período de 83 dias. Seu governo, although provisório, foi decisivo para conter as ameaças golpistas e garantir que o mandato eletivo fosse cumprido, culminando na transição pacífica para Juscelino Kubitschek em 31 de janeiro de 1956. Sua atuação equilibrada lhe valeu a confiança de JK, que o nomeou ministro da Justiça.
Nereu Ramos, único catarinense a ocupar a Presidência do Brasil, teve uma longa trajetória política: foi deputado estadual e federal, governador de Santa Catarina (1935-1945) e líder do Congresso. Sua vida terminou tragicamente em 16 de junho de 1958, aos 69 anos, vítima de um acidente aéreo em São José dos Pinhais (PR) que também matou o governador Jorge Lacerda. Seu legado é lembrado em seu município natal, onde se encontra o Memorial Nereu Ramos.
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