Megaoperação no Rio se torna a mais letal da história com 64 mortes

Publicado em: 28 de outubro de 2025

Megaoperação no Rio se torna a mais letal da história com 64 mortes

Ação policial nos complexos do Alemão e da Penha supera em número de vítimas fatais a operação do Jacarezinho, que era o episódio mais mortal desde a redemocratização.

A megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, registrou um triste e histórico recorde de letalidade. Até as 15h desta terça-feira (28), o confronto com uma facção criminosa resultou em 64 mortes, de acordo com informações do g1. O número supera a soma de duas das maiores operações recentes: a do Jacarezinho, em maio de 2021, com 28 óbitos, e a da Vila Cruzeiro, em maio de 2022, com 24.

A ação causou um profundo impacto na vida comunitária da região. Em represália, criminosos ergueram barricadas e utilizaram drones para lançar bombas. Pelo menos cinco unidades de saúde fecharam as portas e 45 escolas foram afetadas, interrompendo o atendimento a milhares de pessoas. O caos se estendeu ao transporte público, com 12 linhas de ônibus tendo seus itinerários alterados para garantir a segurança de cobradores e passageiros.

A Secretaria de Segurança Pública do estado afirmou que a operação foi minuciosamente planejada com antecedência. No entanto, o saldo a coloca no topo do ranking de operações mais mortíferas da história fluminense, ultrapassando de longe os 28 mortos da ação no Jacarezinho, que até então detinha o triste título de episódio mais letal desde o fim da ditadura militar.


Saiba mais:

Pesquisas do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (GENI/UFF) contextualizam que operações com alto número de mortos, embora historicamente recorrentes, intensificaram-se e ganharam novo formato a partir dos anos 2000. Especialistas classificam esses eventos como “chacinas da democracia”, marcados por uma lógica de guerra ao inimigo, que frequentemente resulta na morte de civis não envolvidos com o crime. O dado de 64 óbitos nesta última ação não só bate um recorde numérico, mas reforça um padrão de letalidade que tem caracterizado a intervenção do estado em certas áreas do Rio de Janeiro.

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