Jovem de Içara é assassinada com 27 facadas na Itália

Ex-companheiro é apontado como suspeito do feminicídio que comoveu a comunidade local; família busca ajuda para repatriar corpo.

Jéssica Stapazzollo, uma brasileira natural de Içara (SC), foi vítima de um assassinato brutal na cidade de Castelnuovo del Garda, no norte da Itália. Aos 33 anos e com dupla cidadania, a catarinense foi morta a facadas. Seu corpo foi localizado cerca de 24 horas após o crime, e o laudo pericial confirmou que ela sofreu 27 golpes. As investigações apontam o ex-companheiro como o principal suspeito do feminicídio.

O crime causou profunda comoção na comunidade italiana. O Consulado-Geral do Brasil em Milão emitiu nota confirmando que presta apoio à família e mantém contato com as autoridades locais. Em solidariedade, a prefeitura de Castelnuovo del Garda realizou um ato simbólico, condenando a violência contra a mulher. “Foi um trágico ato de violência que chocou profundamente nossa comunidade”, declarou a administração municipal.

Enquanto o velório foi realizado na Itália, familiares e amigos iniciaram uma vaquinha virtual para arrecadar os R$ 60 mil necessários para trazer o corpo de Jéssica de volta ao Brasil. “Cada contribuição é uma forma de demonstrar carinho e solidariedade com quem tanto amava a Jéssica”, diz um dos apelos da campanha, que viralizou nas redes sociais.

Saiba mais
O caso de Jéssica reflete um problema alarmante na Itália. Dados do Instituto Nacional de Estatística italiano (Istat) mostram que, em média, uma mulher é morta a cada três dias no país. O fenômeno do feminicídio, frequentemente perpetrado por parceiros ou ex-parceiros, levou o governo italiano a aprovar leis mais rigorosas contra a violência de gênero na última década, como a “Lei do Vermelho”, que aumentou as penas e ampliou as medidas de proteção às vítimas. Apesar disso, a luta para mudar uma cultura arraigada e proteger as mulheres permanece um desafio constante.