Publicado em: 10 de novembro de 2025
Idosa de 63 anos foi vítima de seu companheiro, que já tinha passagens por agressão e agora é investigado pela morte por asfixia.
O silêncio da Rua Maria Salete Pereira Machado, no bairro Vila Zuleima, foi quebrado por mais uma tragédia anunciada. No domingo (9), Lucila Borges, de 63 anos, foi encontrada morta dentro de sua própria casa. A Polícia Militar chegou ao local por volta das 13h30 e constatou a cena brutal: a idosa apresentava sinais de agressão e hematomas antigos pelo corpo, um retrato silencioso da violência doméstica que sofria. A Polícia Científica atestou que a causa da morte foi asfixia.
A investigação aponta o companheiro de Lucila, um homem de 69 anos, como único suspeito. Vizinhos relataram que a idosa era vítima frequente de agressões. O histórico criminoso do acusado corrobora os relatos: ele já tinha passagens policiais por violência doméstica, perturbação e desobediência. Durante a ação no local, os policiais também encontraram sete pássaros silvestres mantidos em cativeiro, que foram apreendidos. O suspeito foi preso em flagrante e conduzido à Central de Flagrantes.
A despedida para Dona Lucila, como era conhecida, acontece na Capela Ametista do Crematório Millenium. Ela deixa um filho, Fagner, e uma comunidade em luto. O caso é agora investigado oficialmente como feminicídio pela Polícia Civil, somando-se às tristes estatísticas de violência contra a mulher no país.
Saiba mais:
O feminicídio é a expressão máxima da violência de gênero, definido pela Lei 13.104/2015 como o assassinato de uma mulher por razões da condição de sexo feminino. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que, em média, uma mulher é vítima de feminicídio a cada sete horas no Brasil. Muitos casos, como o de Lucila, são precedidos por um ciclo de violências repetidas, onde a agressão física e psicológica é frequentemente negligenciada ou subnotificada, culminando no desfecho fatal. A lei do feminicídio foi um marco crucial para visibilizar a motivação específica desses crimes e impor penas mais severas, mas a efetiva prevenção ainda esbarra em desafios culturais e estruturais.