Publicado em: 8 de julho de 2024
Foto: AFPA ONG humanitária Crescente Vermelho Palestino relatou neste domingo (7) que seis pessoas, incluindo duas crianças de três e quatro anos, morreram em um bombardeio israelense contra uma casa em Zawaida, no centro da Faixa de Gaza. No norte do território, três pessoas foram mortas em um ataque contra uma residência, segundo equipes de resgate e a Defesa Civil locais.
Na véspera, ao menos 16 pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas no sábado, no campo de refugiados de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, em um ataque que atingiu uma escola que abriga famílias deslocadas. O Exército de Israel afirmou que o bombardeio visou combatentes de grupos armados palestinos que atuam na região.
Neste domingo, o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, administrado pelo grupo Hamas, anunciou um novo balanço de vítimas: 38.153 mortos, em nove meses de guerra. O informe inclui 55 mortes nas últimas 24 horas e o total de 87.828 feridos desde 7 de outubro de 2023. Entre os mortos deste domingo está o vice-ministro do Trabalho da Faixa de Gaza, Ehab al Ghoussein.
Israel é palco neste domingo de uma série de atos que tiveram início às 6h29 locais, horário em que combatentes do Hamas deram início ao fatídico ataque há exatos nove meses. Manifestantes bloquearam a circulação em vários pontos de Tel Aviv, exibindo bandeiras do país e cartazes contra o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Na Praça da Democracia, no centro de Tel Aviv, uma fanfarra acompanhava os cantos da multidão exigindo a renúncia do premiê e novas eleições. “Tragam os reféns de volta para casa!”, gritaram participantes do protesto, em referência aos 116 israelenses ainda mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza.
A polícia reforçou a segurança em torno da residência de Netanyahu, em Jerusalém. No sábado (6), manifestantes enfrentaram policiais que utilizaram jatos d’água para dispersar a multidão.
“Hoje é um dia onde paralisamos o país para dizer ao nosso governo que é inaceitável não fechar um acordo pelos reféns”, afirmou Orly Nativ, uma israelense de 57 anos. Ela participou de uma passeata no centro da cidade acompanhada de uma centena de pessoas.
Há semanas, milhares de pessoas saem às ruas do país, principalmente em Tel Aviv e Jerusalém, em prol de um acordo de cessar-fogo e contra as decisões de Netanyahu. Manifestantes prometem dar sequência ao movimento até serem ouvidos pelo governo.
Neste domingo, um alto responsável do Hamas afirmou à AFP que o movimento aceita negociar a libertação dos reféns israelenses por prisioneiros mantidos em Israel, sem a exigência de um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza. O grupo disse esperar uma resposta do governo israelense. Na véspera, um palestino próximos das negociações afirmou à agência Reuters que um compromisso estava perto de ser alcançado.
Representantes israelenses retornarão nos próximos dias a Doha para novos diálogos com mediadores do Catar, indicou o escritório do primeiro-ministro Netanyahu, sublinhando a permanência de “falta de consenso” com o Hamas. Segundo o canal de TV, Al Qahera News, um meio próximo aos serviços de inteligência egípcios, os diplomatas também estão conduzindo diálogos no Egito.
Um plano de cessar-fogo dividido em três fases foi apresentado no final de maio pelo presidente americano, Joe Biden, e é objeto de uma mediação do Catar e do Egito. Entre os principais pontos do compromisso, está a libertação de cerca de 120 reféns israelenses em troca de detentos palestinos mantidos em prisões israelenses.
Via RFI