Publicado em: 3 de novembro de 2025
Evento gratuito de 1º a 12 de novembro na Praça Nereu Ramos transforma o centro da cidade em um grande palco de leitura, cultura e resgate histórico, com a presença de mais de 3 mil estudantes.
A Prefeitura de Criciúma, por meio da Fundação Cultural e da Secretaria Municipal de Educação, prepara uma edição histórica da Feira do Livro. Entre 1º e 12 de novembro, a Praça Nereu Ramos, no Centro, se tornará um espaço vibrante de leitura, cultura e memória, celebrando os 100 anos de emancipação político-administrativa da cidade. A entrada é gratuita, conforme tradição do evento.
Para o prefeito Vagner Espindola, esta edição carrega um simbolismo único. “Os livros são cápsulas do tempo, guardam os sentimentos e as visões do momento em que foram criados. Tudo o que vivemos neste ano do centenário ficará registrado para as futuras gerações”, destaca. A programação inclui cerca de dez estandes com foco no público infantojuvenil, palestras, oficinas e apresentações culturais, criando uma vitrine para escritores locais e produções que refletem a alma do povo criciumense.
A integração com a rede municipal de ensino será um dos pilares do evento. Onze escolas, com aproximadamente 600 estudantes, se apresentarão no palco com recitais, peças teatrais e performances inspiradas em obras literárias. Todas as 62 unidades de ensino visitarão a feira, totalizando a participação de mais de 3 mil alunos, em uma iniciativa que busca despertar o prazer pela leitura de forma sensorial e participativa.
Lançamento resgata origens da cidade
Um dos grandes destaques da feira é o lançamento do livro “Criciúma: Assim como era no princípio e agora – A Crônica do Centenário”, do jornalista e historiador Archimedes Naspolini. A obra, dividida em quatro capítulos, reúne documentos inéditos e reflexões sobre a formação política, econômica, religiosa e social do município entre 1880 e 1925. “As pesquisas me levaram aos arquivos originais de Araranguá, cidade-mãe de Criciúma. Reencontrar atas, registros e relatos dos fundadores foi como revisitar o nascimento da nossa história”, afirma o escritor.
Saiba mais:
A ferrovia que moldou o desenvolvimento regional
A pesquisa histórica para a obra revela que a construção da Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina foi um marco crucial para o desenvolvimento do sul de Santa Catarina . Inaugurada em 1884 após quatro anos de obras, a ferrovia foi inicialmente construída para transportar carvão mineral das minas da região de Lauro Müller até o porto de Imbituba . A ferrovia recebeu esse nome em homenagem à imperatriz Teresa Cristina, esposa de Dom Pedro II, e sua construção empregou principalmente imigrantes italianos, que viviam isolados nas florestas da região . Esse corredor de escoamento não apenas impulsionou a economia local baseada no carvão, mas também foi fundamental para a integração e o povoamento da região, servindo como um elo vital que conectou municípios e possibilitou o crescimento do comércio e da indústria, pavimentando o caminho para a emancipação de cidades como Criciúma .