Publicado em: 2 de maio de 2025
A formação da federação partidária entre União Brasil e Progressistas (PP), oficializada recentemente e válida em todo o território nacional, começa a causar impactos e dúvidas no cenário político de Lauro Müller. A nova aliança, que unifica as duas siglas em decisões políticas e eleitorais a partir das eleições de 2026, impõe mudanças significativas, especialmente em municípios onde os partidos atuam em lados opostos — como é o caso de Lauro Müller.
Atualmente, o PP integra a base governista no município, enquanto o União Brasil compõe a oposição. Com a federação, as duas legendas precisarão atuar em conjunto em todas as esferas — federal, estadual e municipal —, o que exige alinhamento em decisões, candidaturas e coligações. Na prática, isso significa que os partidos federados não poderão lançar candidatos concorrentes ou formar alianças separadas.
Em entrevista concedida à Rádio Cruz de Malta nesta sexta-feira (2), o presidente do União Brasil em Lauro Müller, Hélio Bunn, expressou preocupação com a nova configuração. Para ele, a união imposta nacionalmente pode prejudicar a representatividade local do partido.
“O União Brasil teve candidatos que tiveram votação baixa nas últimas eleições. Nós elegemos um vereador com 200 e poucos votos, enquanto o PP teve candidato fazendo 500. Então fica muito difícil para nós do União Brasil eleger um vereador com a federação”, explicou.
Hélio também não descartou a possibilidade de deixar o União Brasil, caso o cenário se mantenha. Segundo ele, muitos dos filiados atuais vieram do próprio PP, após divergências com o diretório municipal. Uma eventual saída pode gerar uma debandada significativa de membros da sigla no município, ampliando a instabilidade partidária local.
Outro ponto levantado por Bunn foi o impacto da federação nas eleições estaduais de 2026. Ele lembrou que o União Brasil deve apoiar João Rodrigues (PSD) como pré-candidato ao governo de Santa Catarina, o mesmo nome que pode receber o apoio do PP. No entanto, em Lauro Müller, o PP é coligado com o PL, partido do atual governador Jorginho Mello, o que, segundo ele, pode confundir o eleitorado. “Isso vai gerar muitas dúvidas e confusões na cabeça do eleitor”, afirmou.
Hélio também criticou a falta de diálogo entre as lideranças nacionais e as bases locais. Segundo ele, os diretórios municipais ainda não foram oficialmente comunicados sobre os detalhes da federação, ficando cientes das mudanças apenas por meio da imprensa. “Tudo foi definido pelos ‘grandes’ lá de Brasília”, declarou.
Diante da aproximação de um ano eleitoral, a federação impõe aos partidos em Lauro Müller o desafio de se reorganizar internamente e reavaliar estratégias, em meio a um cenário marcado por incertezas e descontentamentos.
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