Publicado em: 26 de outubro de 2025
Projeto de reinserção social une poder público e iniciativa privada para gerar ocupação, capacitação e renda para detentos em regime fechado.
Uma parceria entre a Secretaria de Justiça e Reintegração Social (Sejuri) e a Teixeira Têxtil levou uma unidade de produção para dentro do Complexo Penitenciário de Tubarão. Com 346 metros quadrados, a fábrica produz “big bags”, embalagens industriais robustas para armazenar e transportar grãos e outros produtos. A iniciativa é a primeira do gênero na unidade e já oferece vagas de trabalho para aproximadamente 20% da população carcerária em regime fechado.
Os detentos participantes atuam em diversas etapas da produção, como costura, colagem, operação de prensa, revisão e amarração, ocupando funções como ajudante de produção, costureiro e operador de máquinas. Além da ocupação produtiva, o projeto prevê a oferta de 4.800 horas de capacitação profissional, qualificando os apenados para o mercado de trabalho.
O projeto também gera um impacto financeiro positivo para o Estado. Estima-se que a arrecadação mensal com uma taxa de 25% destinada ao Fundo Rotativo da Regional Sul (FUNPES) seja de R$ 75 mil, totalizando mais de R$ 924 mil anuais. Para a secretária Danielle Amorim Silva, o trabalho é um pilar fundamental para a reintegração. “Estamos criando oportunidades reais de transformação. O trabalho prisional é uma ferramenta essencial para garantir dignidade e preparar os internos para a vida em liberdade”, destacou.
Saiba mais:
Estudos nacionais e internacionais consistentemente demonstram que programas de trabalho prisional são uma das ferramentas mais eficazes na redução da reincidência criminal. Dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) indicam que egressos do sistema prisional que tiveram acesso ao trabalho e à qualificação profissional apresentam um índice de reincidência significativamente menor quando comparados àqueles que permaneceram ociosos durante o cumprimento da pena. Essa reinserção produtiva não só beneficia o indivíduo, que reconquista sua autonomia e autoestima, mas representa um ganho de segurança pública para toda a sociedade.