Publicado em: 30 de novembro de 2025
Gravação foi apagada, mas circulou em grupos de mensagens e gerou críticas de entidades e movimentos negros da cidade.
A comerciante e influenciadora lagunense
Sibele Neves gerou forte repercussão nas redes sociais após a divulgação de um vídeo em que aparece com o rosto pintado de preto. O conteúdo, rapidamente apagado por ela, acabou circulando em grupos de aplicativos de mensagens e atraiu críticas generalizadas.
O ato foi identificado como a prática de blackface, um gesto historicamente associado ao racismo e que reforça estereótipos negativos sobre a população negra. Entidades e movimentos negros de Laguna, incluindo a Juventude do Partido dos Trabalhadores, manifestaram público repúdio ao episódio, classificando a ação como uma violência simbólica e desumanizante.
Diante da polêmica, Sibele utilizou seu perfil no Instagram, onde tem mais de 148 mil seguidores, para publicar um pedido de desculpas. Ela classificou o ocorrido como um “ato falho” e alegou “completa ignorância e desconhecimento da causa”, afirmando que não teve a intenção de ofender ninguém e que compreendeu a natureza pejorativa da atitude.
Saiba mais:
A prática do blackface tem suas raízes no século XIX, em espetáculos de minstrel shows nos Estados Unidos, onde artistas brancos pintavam os rostos de preto para interpretar pessoas negras de forma grotesca e caricata, perpetuando estereótipos racistas. No Brasil, a prática também foi utilizada no teatro de revista e no carnaval, muitas vezes mascarada como homenagem, mas igualmente reproduzindo uma visão estereotipada e inferiorizante. O debate sobre o tema ganhou força no país nas últimas décadas, impulsionado pelo movimento negro, que alerta para o profundo teor ofensivo e a carga histórica de desumanização que o blackface carrega, independente da intenção de quem o pratica.