Publicado em: 17 de outubro de 2025
Registro inédito na cidade integra uma série de aparições no sul catarinense, incluindo Treviso, Lauro Muller e Siderópolis, que indicam a recuperação ambiental da região.
A araponga, ave símbolo de Santa Catarina, foi fotografada pela primeira vez em Criciúma. O registro, feito no dia 20 de setembro pelo morador Anderson de Oliveira, foi divulgado nesta quinta-feira (15) pelo biólogo Vitor Bastos. O animal foi avistado em um bairro próximo à Área de Proteção Ambiental (APA) do Morro Cechinel, um fato considerado histórico para a fauna local.
Segundo o biólogo, este é um dos registros faunísticos mais importantes para a história da cidade e motivo de comemoração. A aparição sugere que as florestas da região estão retomando o equilíbrio ecológico, atraindo de volta espécies de diversos habitats. A araponga, vítima de caça e tráfico no passado, teve sua população drasticamente reduzida, mas agora expande seu território graças às leis ambientais e ações de educação.
A ave é o símbolo catarinense porque seu canto característico lembra o som de martelos de ferreiros, representando o povo trabalhador do estado. Espécie exclusiva da Mata Atlântica – bioma que cobre 100% de Santa Catarina –, ela havia praticamente desaparecido do sul do estado devido à caça predatória e à degradação ambiental no século passado. Registros recentes em Treviso, Urussanga, Lauro Muller e Siderópolis reforçam essa tendência positiva de retorno.
Saiba mais:
Pesquisas indicam que a araponga (Procnias nudicollis) é conhecida por possuir um dos cantos mais altos entre as aves do mundo, audível a longas distâncias. Machos da espécie desenvolvem uma barbela (pele pendurada no pescoço) distintiva durante a época de acasalamento. Além de seu significado cultural, a ave desempenha um papel crucial na regeneração das florestas, pois é um importante agente dispersor de sementes de grandes árvores nativas, ajudando a restaurar a Mata Atlântica.
Fotos/Internet