Publicado em: 10 de abril de 2024
Foto: DivulgaçãoAtenta a necessidade de ofertar o atendimento ideal aos alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a Secretaria de Educação de Morro da Fumaça deu início à implementação do Protocolo de Avaliação para Suspeita de Autismo. O formulário tem como objetivo facilitar a elucidação de possíveis casos do transtorno em alunos da Rede Municipal de Ensino.
“No ambiente escolar são identificadas inúmeras excepcionalidades, sendo as mais comuns o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e o TEA. Dependendo do nível que a criança apresenta, é necessário um parâmetro mais claro, informativo, para que a suspeita possa ser melhor avaliada pelos educadores e em seguida encaminhada aos profissionais responsáveis, se necessário”, pontua a psicopedagoga, Elaine Cristina Bortolatto.
O documento foi elaborado pelo grupo de especialistas em educação, composto pelas psicopedagogas, psicólogas e fonoaudiólogas, e aplicado pelas psicopedagogas no âmbito escolar . Nele foram elencados aspectos a serem considerados para que os profissionais possam compreender melhor o comportamento do educando. Em determinados pontos, a participação dos pais também é solicitada. “Geralmente, as suspeitas levantadas pelos professores se confirmam e a nossa preocupação, desde o início, é garantir que os sintomas observados sejam com base em estudos científicos e que as análises sejam seguidas de forma consistente e ética para que essa criança possa ter mais qualidade no seu cotidiano escolar. Um dos aspectos que o protocolo nos ajuda a identificar é o hiperfoco do aluno, algo fundamental para essa adaptação de rotina”, esclarece a psicopedagoga, Lucilia Kindermann de Oliveira.
À medida que o protocolo é preenchido e avaliado, uma equipe multidisciplinar entra em campo para ofertar o atendimento necessário. Um neurologista assume a elucidação do diagnóstico, as psicopedagogas iniciam o acompanhamento da criança, para auxiliar no fechamento do diagnóstico e orientar as pessoas envolvidas com a rotina escolar da criança.
“Nosso principal desafio é fazer com que esse aluno possa ter uma verdadeira inclusão, respeitando a individualidade dele. Para isso, o educando passa a ter o acompanhamento, com as especialistas, com o Atendimento Educacional Especializado (AEE) e também com um mediador em sala de aula juntamente com o professor, que pode ser um estagiário ou auxiliar de ensino. Esse profissional, de sala de aula, é peça chave para facilitar a adaptação. Existem casos, por exemplo, que a criança não consegue ficar quatro horas dentro da sala de aula, precisamos estar preparados para oferecer alternativas para que ele, nestes períodos. Se as adaptações e as pausas necessárias não forem observadas o autista pode desencadear uma crise a agravar a rejeição pelo ambiente escolar. Então nos cercamos de diversos artifícios, pensados individualmente para cada um, de modo a facilitar a melhor experiência para cada um deles”, explica a psicopedagoga, Magna Santana Sorato.
Além do trabalho em sala de aula, os profissionais envolvidos também são responsáveis por auxiliar as famílias. Em muitos casos o autismo não é compreendido e aceito, fato que pode ser decisivo no sucesso da inclusão da pessoa autista.
“Quanto mais cedo a criança começar a receber atendimento especializado, maiores serão as chances de melhorar suas habilidades de comunicação, interação social e comportamento. Dessa forma, com a redução dos prejuízos, maximizamos o potencial da criança e garantimos oportunidades iguais e melhorias na qualidade de vida dessas crianças e suas famílias. Com base nisso, a compreensão e cooperação do pais é fundamental, principalmente quando o uso de determinadas medicações se fazer necessário”, salienta a secretária de Educação, Greicy Zaccaron.
Atualmente, o município contabiliza 70 alunos matriculados com diagnóstico fechado. O Protocolo de Avaliação para Suspeita de Autismo é resultado de um trabalho amplo que a Secretaria de Educação vem realizando nos últimos anos com o intuito de melhorar o atendimento aos alunos de inclusão da Rede Municipal de Ensino. Nos últimos anos, foram facilitadas diversas capacitações para que os profissionais pudessem ampliar a compreensão sobre o assunto.
Colaboração: Daiana Carvalho