Publicado em: 26 de dezembro de 2025
Pesquisa técnica indica que o fechamento da Barra do Camacho, e não o assoreamento do Rio Tubarão, é o principal fator por trás das grandes cheias.
Um estudo técnico da Univinte Fucap trouxe um novo alerta sobre a segurança hídrica de Tubarão e do complexo lagunar. A pesquisa concluiu que as grandes enchentes históricas da cidade estão diretamente ligadas ao fechamento da Barra do Camacho, localizada entre Laguna e Jaguaruna, e não ao assoreamento do leito do Rio Tubarão, como se acreditava.
A equipe, coordenada por Expedito Michels, realizou uma batimetria detalhada do rio, coletando quase 4.900 pontos de medição. Os dados mostraram que o leito principal tem profundidade média entre cinco e sete metros, indicando boas condições após a cheia de 2022. A confirmação levou a análise para o sistema de drenagem, que identificou o canal da Barra do Camacho como o gargalo.
A análise histórica comprovou a tese: as grandes cheias de 1836, 1887, 1928, 1974 e 2022 coincidiram com períodos de obstrução da barra. O estudo sugere soluções como dragagem contínua em pontos críticos. O relatório já foi enviado às defesas civis e prefeituras, destacando a necessidade de uma ação integrada do governo do estado.
Saiba mais:
A Barra do Camacho tem um histórico de aberturas e fechamentos naturais ao longo dos séculos, influenciando diretamente a dinâmica hídrica regional. Diferentemente da Barra de Laguna, que é permanentemente aberta, a do Camacho tende a se fechar com a ação das correntes marítimas e dos ventos, exigindo intervenção humana para sua manutenção. Essa discussão técnica remonta a décadas, envolvendo também questões econômicas, como a navegabilidade para pesca e extração de areia, e ambientais, relacionadas ao equilíbrio do ecossistema lagunar.