Prefeito é condenado a quase 23 anos de prisão em esquema de corrupção

Sentença também decreta perda do mandato, mas Patrick Corrêa permanece no cargo e anuncia recurso

O prefeito de Imaruí, Patrick Corrêa (Republicanos), foi condenado a 22 anos e dez meses de prisão pelos crimes apurados na Operação Mensageiro. A decisão da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), desta quinta-feira (18), também determinou a perda do seu mandato e o pagamento de multa. A pena prevê o cumprimento inicial em regime fechado.

A condenação está relacionada a um esquema de corrupção envolvendo contratos de coleta de lixo no município. O Ministério Público sustenta que o prefeito solicitou um pagamento ilegal de R$ 40 mil para quitar dívidas da prefeitura com a empresa Serrana Engenharia (atual Versa). Durante buscas, foram encontrados R$ 10 mil em dinheiro vivo dentro de uma sacola em seu gabinete. A acusação calcula que ele tenha recebido R$ 160 mil em vantagens indevidas.

A defesa do prefeito informou que vai recorrer da decisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), argumentando discordância dos fundamentos e confiança na reavaliação do caso. Enquanto não houver o trânsito em julgado, Patrick Corrêa permanecerá no cargo. Ele já havia sido preso preventivamente por quase cinco meses em 2023 e, mesmo sob investigação, foi reeleito para um novo mandato em outubro de 2024.

Saiba mais:
A Operação Mensageiro, considerada a maior investigação de combate à corrupção na história de Santa Catarina, expôs um extenso esquema de fraudes em licitações de resíduos sólidos. A investigação já atingiu 21 municípios e levou à prisão preventiva de pelo menos 18 prefeitos ou ex-prefeitos desde o final de 2022. Além das condenações, como a de Patrick Corrêa, a operação resultou na recuperação de valores: acordos e condenações já asseguraram mais de R$ 11,3 milhões para ressarcimento dos cofres públicos municipais.