Publicado em: 14 de dezembro de 2025
Ultrassom foi realizado na sede da Polícia Federal em Brasília após autorização do ministro Alexandre de Moraes.
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro informou que um exame de ultrassonografia realizado no domingo (14) confirmou a presença de duas hérnias inguinais bilaterais. O procedimento, autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, foi conduzido por uma equipe médica particular nas dependências da Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília, onde Bolsonaro cumpre pena. Os médicos recomendaram uma cirurgia como único tratamento definitivo para o quadro.
O pedido para realizar o novo exame partiu da defesa na quinta-feira (11), com o argumento de que era necessário atualizar o quadro de saúde do ex-presidente. Isso ocorreu após o ministro Alexandre de Moraes determinar uma perícia médica oficial pela PF para atestar a real necessidade da cirurgia e questionar a validade dos exames anteriores, que tinham mais de três meses. A defesa sustentou que o ultrassom era um procedimento não invasivo e rápido, que poderia ser feito no local de custódia.
Em petições ao STF, os advogados de Bolsonaro vinham alegando uma piora significativa em seu estado de saúde, associando as dores na região inguinal a crises de soluços persistentes. A defesa relatou que o sintoma já levou o ex-presidente a hospital por episódios de falta de ar e síncope, representando um “risco real de descompensação súbita”. Paralelamente ao pedido de cirurgia, a defesa reiterou a solicitação para que Bolsonaro cumpra prisão domiciliar por razões humanitárias.
Saiba mais:
A decisão final sobre a autorização para a cirurgia ainda depende de uma perícia médica oficial a ser realizada pela Polícia Federal, que tem um prazo de 15 dias para apresentar seu laudo ao STF. Esse tipo de perícia independente é um procedimento padrão em situações onde há questionamentos sobre a necessidade médica de intervenções em custodiados. Em suas decisões, o ministro Alexandre de Moraes destacou que, desde a prisão de Bolsonaro em 22 de novembro, exames médico-legais de rotina não indicaram qualquer condição que exigisse intervenção cirúrgica imediata, e que o ex-presidente tem atendimento médico em plantão integral nas dependências da PF. O caso ilustra o protocolo cuidadoso que o Judiciário segue ao avaliar pedidos de tratamento de saúde para presos, balanceando o direito à saúde com as necessidades de segurança e da execução penal.