Publicado em: 2 de dezembro de 2025
Oferta de exílio para o líder venezuelano e sua família foi feita em troca de renúncia imediata e retomada da democracia.
Em uma ligação telefônica mediada por Brasil, Catar e Turquia na semana passada, o presidente americano, Donald Trump, exigiu que Nicolás Maduro deixasse o poder e a Venezuela “imediatamente”. A conversa, tratada como uma tentativa final para evitar um confronto direto, incluiu uma oferta de exílio seguro para Maduro, sua esposa e seu filho.
Segundo informações do jornal Miami Herald, as negociações esbarraram em três pontos principais: a exigência de Maduro por uma anistia global, a condição de que as Forças Armadas permanecessem sob controle chavista durante uma transição e, principalmente, o prazo para sua saída. Trump insistia na partida imediata, algo inaceitável para o líder venezuelano.
Após a conversa, Trump elevou a tensão ao anunciar nas redes sociais que o espaço aéreo venezuelano deveria ser considerado “totalmente fechado”. O presidente americano confirmou posteriormente a ocorrência da ligação, mas minimizou seu significado, classificando-a como “apenas uma chamada telefônica”.
Saiba mais:
A crise venezuelana, que se intensificou a partir de 2019 quando os Estados Unidos e outros países reconheceram Juan Guaidó como presidente interino, tem raízes na profunda recessão econômica e na erosão democrática durante os governos de Hugo Chávez e Nicolás Maduro. A estratégia americana de pressionar o regime associando-o ao narcotráfico internacional ganhou força com a designação do Cartel de los Soles como organização terrorista. Esta mediação liderada por Brasil, Catar e Turquia marca um dos raros diálogos diretos entre as partes, refletindo o temor de uma escalada militar na região.
