Publicado em: 30 de novembro de 2025
Em assembleia histórica e tensa, cooperados decidiram pela permanência do presidente em uma votação apertada.
A continuidade de Reginaldo de Jesus, o Dedê, na presidência da Cooperaliança foi decidida por uma margem mínima de 348 votos. Em uma assembleia geral extraordinária realizada no último sábado (29), 4.216 cooperados votaram pela sua permanência, enquanto 3.868 foram a favor de sua destituição. O evento, que reuniu mais de oito mil associados, foi um dos mais disputados na história da cooperativa.
A convocação do pleito ocorreu após o Conselho Fiscal apontar irregularidades e pedir que os cooperados avaliassem a situação do presidente. Dedê responde a um processo do Ministério Público de Santa Catarina, que investiga suspeitas de peculato, corrupção e lavagem de dinheiro durante sua gestão, com base em um inquérito da Polícia Civil.
A Cooperaliança, que possui mais de 44 mil unidades consumidoras ativas em 2024, é responsável pela distribuição de energia elétrica em municípios como Araranguá, Balneário Rincão, Içara e Jaguaruna. A decisão encerra, momentaneamente, um dos capítulos mais tensos da política interna da instituição.
Saiba mais:
As cooperativas de energia elétrica, especialmente no Sul do Brasil, têm sido palco de disputas de poder e crises de governança nos últimos anos. A região concentra um grande número dessas cooperativas, que nasceram da mobilização comunitária para garantir eletricidade em locais desassistidos. Contudo, o crescimento e a complexidade dos negócios, somados ao volume de recursos financeiros envolvidos, têm gerado conflitos e atraído a atenção do Ministério Público. Casos semelhantes de questionamentos à gestão e investigações por desvio de finalidade em cooperativas já foram registrados em outros estados, refletindo um desafio nacional no setor.