Publicado em: 23 de novembro de 2025
Ex-presidente cumpre prisão preventiva na PF após tentar romper tornozeleira eletrônica; decisões judiciais desta semana devem definir seus próximos passos.
Jair Bolsonaro passa pelo segundo dia de prisão preventiva em uma sala de 12 metros quadrados na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. A detenção, decretada no sábado (22) pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, ocorreu após o ex-presidente tentar romper a tornozeleira eletrônica e convocar uma vigília em frente à sua residência. Esta prisão é preventiva, ou seja, ainda não significa o início do cumprimento da pena de 27 anos pela tentativa de golpe.
Entre as principais questões em aberto está a audiência de custódia, marcada para domingo (23), que dificilmente reverterá a prisão. Além disso, a defesa tem 24 horas para explicar as tentativas de violar o equipamento. Outra dúvida é se a Primeira Turma do STF, em sessão prevista para segunda-feira, manterá a prisão decretada monocraticamente por Moraes.
O local onde Bolsonaro cumprirá a pena efetiva pela condenação golpista, que está prestes a transitar em julgado, também permanece indefinido. A defesa insiste no pedido de prisão domiciliar por razões de saúde, alegando crises de soluços e vômitos, mas o ministro já recusou argumentos similares anteriormente. A situação de Bolsonaro gera ainda incertezas sobre o impacto de sua detenção no tabuleiro político e nas eleições de 2026.
Saiba mais:
A prisão de um ex-chefe de Estado é um evento raro, mas não inédito, na história republicana brasileira. O caso de Bolsonaro encontra paralelo em processos de outros países latino-americanos, onde ex-presidentes foram presos. Internamente, a conjuntura atual reflete um fortalecimento institucional do Poder Judiciário no enfrentamento a crises políticas, um fenômeno que ganhou força após os processos do Mensalão e da Lava Jato, ainda que em contextos distintos. No caso da Lava Jato, o presidente Lula foi preso mas o STF determinou sua liberdade.