Publicado em: 7 de novembro de 2025
Decisão do maior comprador mundial encerra embargo de quase seis meses, imposto após um único foco de gripe aviária em granja do RS.
Após quase seis meses de embargo, a China, principal destino das exportações brasileiras de frango, anunciou a retomada das importações do produto do Brasil. A proibição havia sido imposta em maio de 2025, após a detecção de um caso de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. A decisão de reabertura do mercado foi comunicada pela Administração Geral de Alfândegas da China nesta sexta-feira (7), marcando uma vitória para a diplomacia e o setor agropecuário nacional.
O fim do veto segue-se a uma rigorosa auditoria sanitária realizada por uma comitiva chinesa no Brasil, em setembro, que verificou as medidas de controle adotadas. O país já havia declarado oficialmente seu status de livre da gripe aviária em 18 de junho, seguindo os protocolos da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) após 28 dias sem novos registros em granjas comerciais. A desinfecção do local do foco original foi concluída rapidamente, em 22 de maio, dando início ao processo para a reclassificação sanitária.
A retomada do mercado chinês é crucial para a economia brasileira. Somente em 2024, a China adquiriu mais de 560 mil toneladas de carne de frango do Brasil, consolidando-se como o cliente mais importante do setor. O Brasil é o maior exportador mundial do produto, com vendas para mais de 150 países. Embora o embargo chinês tenha sido abrangente, outros 23 países também suspenderam temporariamente as compras, um impacto que agora começa a ser revertido.
Saiba mais
A gripe aviária é uma doença viral altamente contagiosa que afeta aves domésticas e silvestres. O Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, sempre adotou um rígido sistema de defesa sanitária para manter seu status livre da enfermidade, o que foi crucial para a rápida recuperação do mercado. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), mesmo com o recorde de exportações, cerca de 65% da produção nacional é consumida internamente, com um consumo médio de 45 kg por habitante ao ano. A agilidade na contenção do surto e a transparência nas comunicações com a OMSA e os parceiros comerciais foram fatores decisivos para a China levantar o embargo em um período considerado rápido para esse tipo de incidente sanitário.
