Publicado em: 29 de outubro de 2025
Medida cautelar da Justiça proíbe educador de se aproximar das vítimas e das escolas após relatos de toques inadequados e comentários de conotação sexual.
Um professor de Educação Física das redes estadual e municipal de Jaguaruna, no Sul catarinense, foi afastado do cargo a pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). A decisão judicial, de 22 de outubro, atendeu a um requerimento da 2ª Promotoria de Justiça do município e determina medidas para proteger alunas vítimas de suposto assédio e importunação sexual.
As investigações apontam que o professor teria cometido os atos contra adolescentes de 14 e 15 anos entre 2024 e agosto de 2025, com relatos semelhantes já em 2021. Segundo as denúncias, ele tocava partes do corpo das estudantes – como rosto, cabelo, costas, cintura e nádegas – durante aulas e medições físicas. Além disso, fazia comentários inapropriados sobre os corpos das jovens e, em um episódio, proferiu uma observação de cunho sexual ao ver uma aluna enchendo uma bola, o que a deixou constrangida.
A Justiça impôs medidas cautelares que incluem a proibição de o investigado entrar nas escolas onde lecionava e de ter qualquer contato com vítimas e testemunhas, seja pessoalmente, por redes sociais ou através de terceiros. Ele também deve manter uma distância mínima de 300 metros dessas pessoas. O descumprimento pode resultar em prisão preventiva. O MPSC argumentou que a medida se fazia necessária para evitar a influência sobre as vítimas e não comprometer as investigações, visto que o professor atuava em duas escolas da mesma cidade.
Saiba mais:
O caso expõe um desafio recorrente no ambiente escolar. Dados de um relatório do “Escola Aprendiz”, com base no Disque 100, indicam que a violência sexual contra crianças e adolescentes dentro das escolas é uma realidade alarmante, muitas vezes subnotificada. Especialistas apontam que a capacitação de profissionais para identificar sinais de abuso e a criação de canais de denúncia seguros e confiáveis para os estudantes são medidas fundamentais para prevenir e combater esse tipo de crime, protegendo a integridade dos alunos.