Furto de cabos de energia vira epidemia e causa prejuízos milionários em Santa Catarina

Publicado em: 19 de outubro de 2025

Furto de cabos de energia vira epidemia e causa prejuízos milionários em Santa Catarina

 

Crime gera transtornos para população, deixa semáforos apagados e interrompe aulas e atendimentos; só em 2025, mais de 3 mil casos foram registrados no Estado.

Santa Catarina enfrenta uma verdadeira epidemia de furtos de cabos de energia, um crime que se tornou um dos mais recorrentes no estado. Dados da Secretaria de Segurança Pública mostram que, de janeiro de 2024 a setembro de 2025, mais de 8 mil ocorrências foram registradas. Apenas neste ano, são 3.064 casos, que já causaram um prejuízo superior a R$ 900 mil somente para a Celesc. A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) classifica o problema como uma “epidemia urbana”, que se repete em todo o país.

O ciclo do crime é complexo e movido pela vulnerabilidade social e pelo lucro com a venda do cobre. Investigações da Polícia Civil apontam que os furtos são frequentemente praticados por pessoas em situação de rua, que depois vendem o material para comércios irregulares de reciclagem. No mercado clandestino, o cabo pode valer até R$ 50 o metro. Esse ciclo vicioso mantém a prática ativa, enquanto a população sofre com os transtornos. A recomposição da rede é cara e lenta, causando interrupções no fornecimento de energia que afetam desde residências até serviços essenciais.

Os prejuízos vão muito além do financeiro. Um único furto pode deixar um prédio inteiro no escuro, paralisar semáforos – como ocorreu na Avenida Beira-mar Norte, em Florianópolis –, interromper aulas em escolas e creches e cancelar consultas médicas. Especialistas alertam que a prática também coloca vidas em risco, podendo causar explosões, curtos-circuitos e sobrecargas perigosas na rede elétrica. O impacto, portanto, é coletivo, onerando todos os cidadãos e comprometendo a segurança pública.

Saiba mais
O fenômeno do furto de cabos não é exclusivo de Santa Catarina, sendo um desafio nacional e global. Em 2024, a Abradee registrou mais de 28 mil ocorrências no Brasil, com prejuízos que superaram R$ 45 milhões. Para combater a prática, algumas cidades têm investido em tecnologias como redes subterrâneas de energia, que são mais seguras, porém mais caras para implantar. Paralelamente, especialistas em segurança pública defendem a intensificação da fiscalização sobre os pontos de compra de metais, considerada a chave para romper a cadeia criminosa, aliada a políticas públicas que ataquem a raiz do problema: a vulnerabilidade social dos autores dos furtos.

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