Flor é proibida em Santa Catarina; árvore exótica é letal para abelhas nativas

Publicado em: 14 de outubro de 2025

Flor é proibida em Santa Catarina; árvore exótica é letal para abelhas nativas

Lei estadual determina a erradicação da espécie, amplamente usada na arborização urbana, devido às toxinas em suas flores que intoxicam e matam polinizadores.

Uma lei estadual proíbe a presença da espatódea em Santa Catarina. A Spathodea campanulata, conhecida como bisnagueira ou tulipeira-do-gabão, é nativa da África e foi muito usada no paisagismo, mas esconde um perigo mortal. Suas flores contêm substâncias tóxicas no néctar e no pólen que são letais para as abelhas nativas sem ferrão e também prejudicam a abelha-europeia (Apis mellifera), comprometendo a polinização, serviço essencial para a agricultura e o equilíbrio ambiental.

A Lei Estadual nº 17.694/2019, de 2019, veda a produção de mudas, o plantio e a manutenção da espécie no território catarinense. Espécimes já plantadas, inclusive em áreas públicas, devem ser cortadas e substituídas por árvores nativas. O descumprimento da norma pode resultar em multa. Em propriedades privadas na área urbana, o corte pode exigir autorização municipal, mas em Áreas de Preservação Permanente (APPs) a retirada é livre, desde que seguida de recuperação ambiental supervisionada.

Para substituir a espatódea, o Instituto do Meio Ambiente (IMA) recomenda espécies nativas adaptadas a cada região do estado. Na costa, sugere-se a mangue-formiga ou a aroeira; no planalto e serra, o ipê-amarelo ou a canafístula; e no oeste, o ipê-roxo ou a timbaúva. A campanha do IMA visa engajar municípios, viveiristas e a população na eliminação dessa planta invasora, promovendo a flora local para proteger a fauna e a biodiversidade catarinense.

O caso da espatódea em Santa Catarina reflete um problema ambiental global: o manejo de espécies exóticas invasoras. Introduzidas fora de seu habitat natural, essas plantas ou animais podem desequilibrar ecossistemas inteiros, competindo com espécies nativas e servindo como vetores de doenças. No Brasil, a espatódea é apenas uma das muitas espécies problemáticas. Outro exemplo notório é o pinus, que, embora útil para a indústria madeireira, forma densas florestas homogêneas que alteram a química do solo e suprimem a regeneração da flora nativa, representando uma grande ameaça à biodiversidade de regiões como a Mata Atlântica e os Campos Sulinos.

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