Publicado em: 3 de junho de 2025
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a fabricação, comercialização, distribuição, propaganda e consumo de três marcas de pó para preparo de bebida com sabor de café, popularmente conhecidas como “cafés fake”. A determinação inclui também o recolhimento de todos os lotes desses produtos no país.
As marcas proibidas são:
A medida foi tomada após fiscalização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que identificou diversas irregularidades no processo de produção. Entre os problemas encontrados, destaca-se o uso de matéria-prima imprópria para o consumo humano, contaminada com ocratoxina A – uma substância tóxica produzida por fungos.
Além disso, foram detectadas impurezas e resíduos de café utilizados nos produtos, indevidamente rotulados como “café torrado e moído” ou “polpa de café”. Também houve falhas nas boas práticas de fabricação, no controle de qualidade e na seleção das matérias-primas. A rotulagem ainda apresentava imagens e descrições enganosas, que poderiam induzir o consumidor a acreditar que se tratava de café puro.
As empresas responsáveis pelas marcas Melissa (Paraná), Pingo Preto (Santa Catarina) e Oficial (São Paulo) foram obrigadas a retirar todos os lotes do mercado. Os produtos já haviam sido reprovados pelo Mapa em maio, por conterem ingredientes não autorizados e por fraudes em sua composição.
Posição da empresa catarinense
Em nota ao portal ND Mais, o Grupo Jurerê, com sede em Florianópolis, afirmou que o produto “Pingo Preto” era classificado como mistura para preparo de bebida, conforme regulamentação da RDC 719/2022 da Anvisa, e não como café torrado e moído. A empresa informou ainda que já recolheu o lote 12025, encerrando a fabricação do item até que os fatos sejam esclarecidos com os órgãos responsáveis.
Especialista alerta sobre fraude
Celírio Inácio, diretor da Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic), destacou que os chamados “cafés fake” são compostos por resíduos agrícolas sem qualidade para o consumo. “Café de verdade vem do grão. O restante é impureza”, afirmou em entrevista à Agência Brasil.
A prática tem como objetivo enganar o consumidor, especialmente por meio da aparência da embalagem e das informações no rótulo. A recomendação do governo é que os consumidores interrompam imediatamente o consumo desses produtos e fiquem atentos ao adquirir marcas desconhecidas ou de baixo custo.
11 de março de 2024