Publicado em: 14 de maio de 2025
Foto: Divulgação/Assessoria Especial de Comunicação Social da Controladoria-Geral da União (CGU)Na manhã desta quarta-feira (14), a Polícia Federal, em ação conjunta com a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou a Operação Templo Vendido para apurar suspeitas de irregularidades na gestão de uma unidade de saúde pública em Santa Catarina. A ação investiga indícios de subcontratações ilegais, superfaturamento de serviços e recebimento de vantagens indevidas por parte de uma organização social responsável pela administração do Hospital Materno-Infantil Santa Catarina, em Criciúma.
Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão expedidos pela 1ª Vara Federal de Florianópolis. As diligências ocorreram em sete municípios: Florianópolis (7), Palhoça (2), Biguaçu (2), São José (1), Criciúma (2), Araranguá (1), todos em Santa Catarina, além de Curitiba (1), no Paraná.
Em Criciúma, os alvos incluíram a sede da ONG Ideas, entidade responsável pela gestão do hospital, e a residência de ao menos um dos diretores. Durante as buscas, foram apreendidos documentos, computadores e telefones celulares.
As investigações se baseiam em uma nota técnica elaborada pela CGU, que analisou o contrato firmado entre a Secretaria Estadual de Saúde de Santa Catarina e a organização social, no valor total de R$ 196 milhões, cobrindo o período de 2018 a 2023. Segundo os auditores, a entidade contratada repassou serviços a empresas ligadas diretamente a seus próprios gestores, o que levanta suspeitas de superfaturamento e de apropriação indevida de recursos públicos.
Apesar de o Hospital Santa Catarina ser municipal, sua administração foi transferida ao governo estadual em 2018, quando foi firmado o contrato com a ONG investigada. A unidade é referência em atendimento materno-infantil no sul do estado, com 125 leitos, UTI pediátrica, UCI neonatal, maternidade, centro cirúrgico e atendimentos ambulatoriais em 21 especialidades médicas. Também dispõe de um Banco de Leite Humano voltado ao cuidado de recém-nascidos e prematuros.
A operação contou com o apoio de 63 policiais federais e 10 auditores da CGU. Os investigados poderão responder por crimes de peculato, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. As investigações seguem em andamento para aprofundar os indícios levantados até o momento.