Mauro Cid cita senador de SC em braço ‘mais radical’ da suposta tentativa de golpe de Estado

Publicado em: 27 de janeiro de 2025

Mauro Cid cita senador de SC em braço ‘mais radical’ da suposta tentativa de golpe de Estado
Foto: Roque de Sá/Agência Senado/ND

Em depoimento à Polícia Federal em agosto de 2023, o tenente-coronel Mauro Cid apontou que o senador Jorge Seif (PL-SC) defendia a suposta tentativa de golpe de Estado após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022.

Eles acreditavam que, se colocasse a ideia em prática, Bolsonaro “teria apoio do povo e dos CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores)”.

“Tais pessoas conversavam constantemente com o ex-presidente, instigando-o para dar um golpe de Estado”, declarou Mauro Cid à Polícia Federal.

Além do senador catarinense Jorge Seif, fariam parte do grupo o ex-assessor especial da Presidência, Filipe Garcia Martins, os ex-ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Gilson Machado (Turismo), o senador Magno Malta (PL-ES), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

O general Mário Fernandes, apontado pela investigação como autor do plano “Punhal Verde e Amarelo”, também era membro da ala. Na época, ele era secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência e teria imprimido o plano no Palácio do Planalto.

operação “Punhal Verde e Amarelo” previa o assassinato de autoridades como o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

Ainda segundo o primeiro anexo da delação, Mauro Cid revela que Bolsonaro trabalhava com duas hipóteses: “A primeira seria encontrar uma fraude nas eleições e a outra, por meio do grupo radical, encontrar uma forma de convencer as Forças Armadas a aderir a um golpe de Estado”.

Senador Jorge Seif nega participação em suposta tentativa de golpe de Estado

Em nota ao Estadão, o senador Jorge Seif afirmou que as declarações de Mauro Cid sobre a suposta tentativa de golpe de Estado são “falaciosas, absurdas e mentirosas”.

“Nego veementemente que em quaisquer de meus encontros com o presidente tenha abordado ou insinuado decretação de intervenção ou outras medidas de exceção”, diz a manifestação.

O senador Magno Malta também reiterou que nunca incentivou o ex-presidente a dar um golpe de Estado e informou que está à disposição para prestar esclarecimentos à Justiça.

“Minhas interações com Bolsonaro após as eleições eram pautadas em momentos de consolo, orações e leitura da Bíblia. Estou plenamente disposto a cooperar com as autoridades, buscando esclarecer quaisquer dúvidas que possam surgir”, disse em nota ao Estadão.

“Acredito que a menção do meu nome está relacionada ao tempo que passei com o ex-presidente, mas reitero que não há fundamento para preocupações, pois não cometi nenhum crime”, concluiu.

Via ND+

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