Publicado em: 29 de novembro de 2024
A doação de sangue é um ato simples, mas capaz de salvar vidas. Com a chegada do fim do ano e o aumento das demandas hospitalares, o Hemosc (Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina) reforça a importância da doação de sangue durante a Semana do Doador, celebrada nacionalmente em 25 de novembro. A campanha deste ano busca não apenas conscientizar a população, mas também atrair novos voluntários para garantir que os estoques estejam preparados para enfrentar períodos críticos.
Responsável pela captação de doação voluntária de sangue e medula óssea em todo o Estado, o Hemosc precisa de 500 a 600 doadores por dia para manter o estoque adequado — uma meta que tem sido alcançada pelo aumento no número de doadores em relação ao ano passado. No entanto, a situação atual requer atenção. Segundo a diretora geral do Hemosc, Patrícia Carsten, os tipos sanguíneos A+, B- e AB- estão com estoques reduzidos, enquanto os tipos O- e O+ estão em estado de alerta devido à alta demanda provocada por cirurgias eletivas.
“Houve um aumento nas doações, o que é muito bom. No entanto, as transfusões também aumentaram, talvez até mais. Isso se deve aos mutirões de cirurgias eletivas e à abertura de novos leitos de UTI e cirúrgicos, que demandam mais sangue. Precisamos de mais doadores, especialmente novos, porque a necessidade transfusional cresceu. Coletamos mais de 600 bolsas por dia nesta campanha, mas isso ainda não é suficiente”, reforçou Patrícia.
A diretora geral destaca que o sangue não tem substituto e que sua única fonte é a solidariedade dos doadores. “As pessoas precisam entender que hoje quem está precisando pode ser alguém que não conhecem, mas amanhã pode ser alguém que amam ou até elas mesmas”, afirmou. “Cada bolsa de sangue pode salvar até quatro vidas, e nossa responsabilidade é garantir que ninguém fique sem atendimento”, concluiu.
Além disso, ela enfatiza que as doações tendem a cair nos feriados de fim de ano. “No hospital não existe sábado, domingo, Natal ou Ano Novo. As pessoas precisam de sangue todos os dias”, destacou. Outro desafio apontado é o aumento no número de turistas no verão e o risco crescente de casos de dengue, que eleva a necessidade de plaquetas, destacando ainda mais a importância da doação regular.
Em Florianópolis, a enfermeira Deise Almeida, 33 anos, doa sangue há muitos anos. Ciente de que seu tipo sanguíneo, O+, está em alerta no banco, ela não pensou duas vezes e foi até a sede do Hemosc, na capital catarinense, na manhã de quinta (28). “Eu gosto de poder ajudar as pessoas nesse momento tão difícil. Deve ser muito ruim você precisar de um recurso que poderia ter sempre e ele faltar. Então eu sempre me cuido, me mantenho saudável para doar sangue”, contou.
Para quem tem medo de doar, Deise deixou um recado: “Não vou mentir, a picadinha dói um pouquinho, mas é tão rápido que já passou. É supertranquilo doar, em 10 ou 15 minutos você já fez a sua parte e a equipe é muito atenciosa. Vale a pena”.
O processo de doação é simples e seguro. Para começar, o interessado deve acessar o site do Hemosc (hemosc.org.br), verificar os requisitos e agendar um horário. Os principais critérios incluem pesar mais de 50 kg, ter entre 16 e 69 anos e estar em boas condições de saúde. “Se estiver com dúvidas sobre medicamentos ou outros impedimentos, basta entrar em contato conosco”, orientou Patrícia.
Ao chegar ao Hemosc, o doador passa por uma triagem que avalia sinais vitais e faz um teste rápido de anemia. Em seguida, participa de uma entrevista confidencial sobre seu histórico de saúde. A coleta de sangue dura, em média, 10 minutos, seguida de um lanche para reposição de líquidos e glicose. “A maioria das pessoas retorna à rotina normal logo após doar, com a gratidão de ter ajudado alguém”, afirmou a diretora.
Via ND+