Uma manifestação realizada na tarde de hoje (30) na Avenida Paulista, em São Paulo, denunciou o abatimento excessivo de jumentos no Brasil. O ato, conhecido como Quinta Ação Nacional Contra o Abate de Jumentos, também ocorreu em outras 14 capitais do país, e teve como objetivo exigir o fim da permissão concedida pelo governo federal e do governo do estado da Bahia para o abate desses animais. A Frente Nacional de Defesa dos Jumentos, organizadora da manifestação, alerta que a demanda comercial pelo ejiao, um produto extraído da pele do animal e utilizado na medicina tradicional chinesa, está ameaçando a existência desses animais.
De acordo com o coordenador jurídico da Frente Nacional de Defesa dos Jumentos, Yuri Fernandes Lima, o abate está concentrado em três abatedouros no estado da Bahia, os quais possuem autorização federal para exportação. Segundo ele, a atividade extrativista não possui uma cadeia produtiva organizada, o que contribui para a grave situação. A Frente conseguiu suspender liminarmente os abates em 2018, mas a liminar foi cassada em 2019 e restabelecida novamente em 2022, gerando um impasse jurídico sobre a continuidade ou não dos abates.
A preocupação com a população de jumentos é evidente. Apenas nos abatedouros sob o Serviço de Inspeção Federal no estado da Bahia, quase 80 mil animais foram abatidos entre fevereiro de 2021 e junho de 2022. Além disso, o número desses animais no país pode ter sofrido uma queda de até 38% de 2011 a 2017, segundo dados citados pela Frente Nacional de Defesa dos Jumentos. A demanda crescente pelo ejiao tem pressionado a existência desses animais, levando ativistas a se mobilizarem em busca de soluções para evitar a extinção.
Fonte: Quinta Ação Nacional Contra o Abate de Jumentos