A doença conhecida como Cancro Europeu é o pesadelo dos produtores de maçã, pois pode condenar um pomar inteiro e é de difícil controle.
Uma pesquisa inovadora descobriu um produto que está apresentando ótimos resultados no combate e na prevenção ao Cancro Europeu. O estudo foi desenvolvido em parceria entre a FBA juntamente com a Schio Agropecuária. Essa doença é considerada o pesadelo dos produtores de maçã, pois é de difícil controle e pode condenar um pomar inteiro.
A doença
A maçã é a fruta mais consumida no mundo. Cada pessoa come em média dez quilos por ano. Assim, com tanta demanda, é necessário um cuidado especial para garantir a safra, e um dos problemas que mais preocupa os produtores de maçã é o Cancro Europeu. Detectado pela primeira vez no Brasil em 2002, a doença foi disseminada em pomares de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul por um viveiro que distribuiu mudas contaminadas.
Contudo, o grande problema é que após a contaminação, os sintomas demoram a aparecer, explica a Engenheira Agrônoma e pesquisadora, Dra. Rosa Maria Sanhueza. Ela explica que a doença começa a aparecer nos ramos novos, passa para o resto da planta e então não há mais condições de proteger a planta. Assim, Rosa Maria comenta que quando isso acontece, os produtores precisam arrancar e queimar a árvore inteira. Com isso, o prejuízo vai além da perda da produção, pois acarreta na perda da planta inteira, o que significa a perda de um investimento de dez a quinze anos.
Prejuízo
O Cancro Europeu é o pesadelo dos produtores de maçã. O fungo entra por feridas da planta, especialmente aquelas ocasionadas pela queda de folhas e poda, por exemplo. Os primeiros sintomas são manchas com margens bem definidas de coloração avermelhada ou marrom-escuro, evoluindo para rachaduras na casca, inchaço e anelamento dos ramos, tronco e até podridão dos frutos. Consequentemente, o Cancro Europeu pode condenar um pomar inteiro, alerta Fernando Figueiredo, Engenheiro Agrônomo da Schio Agropecuária. A empresa colhe em torno de 160 mil toneladas de maçã por ano e possui mais de 3.200 hectares plantados em Vacaria no Rio Grande do Sul.
O prejuízo já começa na floração, explica Fernando. O Cancro Europeu causa podridão nos frutos e as plantas afetadas pela doença têm o sistema vascular comprometido causando até mesmo a perda de pomares, por exemplo.
Dessa forma, por se tratar de uma praga quarentenária, o Cancro Europeu pode causar grandes perdas econômicas. Segundo Fernando, uma das exigências do mercado de exportação é que a maçã esteja limpa de Cancro Europeu. Assim o que pode acontecer é a doença infectar a floração e ficar latente dentro da fruta, exteriorizando os sintomas somente quando a fruta está madura ou até colhida, acarretando na perda da produção.
Pesquisa
A boa notícia é que uma pesquisa desenvolvida em parceria entre a FBA e a Schio, encontrou um manejo que apresentou excelentes resultados no combate ao Cancro Europeu. Rosa Maria explica que esta foi a primeira vez que trabalhou com produtos alternativos aos sintéticos originais, que tem uso controlado por conta dos impactos ambientais que causam. A pesquisa queria descobrir se era possível substituir os produtos tradicionais pelo Intrax Cobre e Intrax Boro. Os resultados obtidos com o uso de diferentes protocolos consorciando estes dois produtos da FBA foi um efeito curativo prolongado e efeito preventivo. Além disso, outra vantagem do tratamento com Intrax Cobre e Intrax Boro é que os produtos são absorvidos pela planta. Em outras palavras, Rosa Maria explica que o efeito não é perdido com a chuva, como ocorre com os produtos utilizados tradicionalmente.
Como resultado, com a utilização dos protocolos desenvolvidos em pesquisa, Fernando explica que houve grande redução nos prejuízos causados pela doença. Em síntese, o tratamento age nas cicatrizes que estariam expostas ao fungo Neonectria ditissima. Assim, com a utilização dos novos produtos, Fernando lembra que em áreas em que antes colhia até 20% dos frutos com podridão causado pela doença, o índice diminuiu para menos de 1%.
Tecnologia e acompanhamento técnico
Segundo Sérgio Israel Júnior, Engenheiro Agrônomo da FBA, a tecnologia já está disponível aos produtores. O consultor vai até o pomar e orienta como funciona o protocolo de controle do Cancro Europeu, utilizando a linha Intrax Cobre e Intrax Boro de forma consorciada. Além disso, grande parte do sucesso do protocolo deve-se ao acompanhamento de um técnico capacitado que realiza a orientação do produtor a campo, o que é realizado pela FBA. Em suma, este profissional, baseado em dados de pesquisas científicas desenvolvidas por vários anos com a Linha Intrax, poderá indicar o uso do produto na hora certa.
Em conclusão, Felipe Maurício de Quadros, Engenheiro Agrônomo da FBA, explica que a linha Intrax possui uma tecnologia que facilita a absorção pela planta. Com isso, através de um aminoácido, a planta transloca o nutriente, cobre ou boro, para o seu ponto de necessidade, tendo uma ação eficiente contra a doença.
Com informações: RBV Notícias