Moradores da Rua Sossego, localizada na QR 1-A de Candangolândia, estão intrigados com um mistério que ronda a morte e desaparecimento de vários gatos na região. Desde domingo (15/5), vários animais têm sido encontrados do mesmo jeito: sem vida e com uma espuma saindo da boca, o que leva a crer que está havendo um envenenamento em massa.
As contas da vizinhança não cravam o número total de animais mortos. O entendimento geral é que pelo menos cinco já foram encontrados sem vida na rua enquanto outros cinco estão desaparecidos há algum tempo. Os bichanos são tanto gatos de rua quanto domésticos.
Segundo a servidora pública uma das moradoras da rua, este é um local que tem uma circulação muito grande de felinos. “Moro aqui há muitos anos e sempre os vi. Não dá para dizer que não incomodam, pois incomoda. Sobem no carro, entram em casa… Mas não é porque eu não gosto que vou matar. Peguei essência de eucalipto, botei no carro, e nunca mais subiram”, afirma.
Ela é dona de um dos gatos que apareceram mortos na Rua do Sossego ao longo da semana, o jovem Espectro, de 3 anos. “Ele nem miava, não gostava de contato, perturbava ninguém. No dia ele chegou a ir na casa de uma vizinha e fiquei tranquila. No fim da tarde ela me ligou falando que tinha morrido”, lamenta.
Revoltada com a situação, registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e espera que haja uma investigação sobre o que está acontecendo.
Os vizinhos também estão com medo.
Autor do crime pode pegar de 2 a 5 anos de prisão
Segundo Ana Paula Vasconcelos, integrante da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil seccional DF (OAB-DF), é importante que, em casos como este, seja feito o registro da ocorrência e se busque realizar a necropsia no corpo do animal, para atestar o envenenamento. “A Polícia Civil tem conseguido chegar aos autores destes crimes. São de 2 a 5 anos de reclusão e ainda há o pagamento de multa”, diz.
Esse tipo de caso tem se tornado comum em alguns lugares do DF. “Muitas pessoas acham que o jeito de se resolver é com extermínio, mas não pode ser assim. A castração é o método de diminuir a população sem cometer esse crime horrível”, sugere Vasconcelos.
Matheus Garzon Metrópoles
Foto: Igo Estrela/Metrópoles