InícioNotíciasCoronavírus aumentou casos de dentes quebrados e dentistas falam em estresse

Coronavírus aumentou casos de dentes quebrados e dentistas falam em estresse

Desde o começo da pandemia do coronavírus, você já deve ter ouvido alguém comentar sobre dor nos dentes. Aliás, é possível que você mesmo tenha tido algum problema dentário nos últimos meses: dores, desconfortos ou até mesmo dentes quebrados. Por que isso está acontecendo? O que isso tem a ver com o isolamento social e a quarentena. A resposta rápida é: tudo.

Em um artigo publicado no “New York Times”, a ortodontista Tammy Chen, da Central Park Dental Aesthetics, em Nova York, explicou de forma bastante didática as possíveis causas para um aumento de problemas odontológicos. De acordo com a especialista, não é novidade alguma que a ansiedade provocada pela pandemia está afetando a saúde mental coletiva. Tamanho estresse tem sido frequentemente descontado nos nossos dentes, seja ao apertá-los uns contra os outros ou rangê-los.

Quando reabri meu consultório, no início de junho, as fraturas começaram a aparecer: pelo menos uma por dia, todos os dias em que estive no consultório. Em média, estou vendo três a quatro por dia. Em dias ruins, são mais de seis”, escreve a dentista. “Já vi mais fraturas dentais nas últimas seis semanas do que nos seis anos anteriores.

A frase choca, mas mostra como o nosso corpo sente os efeitos das restrições e incertezas provocadas pelo coronavírus. Tantas notícias ruins e a falta de perspectiva de melhora têm sido fundamentais para estressar o nosso corpo.

Além disso, Chen explica que nunca antes tantas pessoas trabalharam de casa, onde, frequentemente, não temos equipamentos adequados para ficarmos ao longo do expediente. Cadeiras e mesas posicionadas de formas erradas podem ocasionar em posturas ruins para as nossas costas. Ficar diante do computador com os ombros curvados para a frente tensiona nosso corpo de tal forma ao longo do dia que isso pode se traduzir em ranger de dentes à noite. Segundo a dentista, o número de pacientes que chegam ao consultório convictos de que não rangem os dentes à noite — quando rangem — é extremamente alto.

Outro ponto destacado pela especialista é com relação à qualidade do sono. Será que estamos dormindo bem? As preocupações têm nos deixado ter um sono restaurador?

Desde o início da pandemia, tenho ouvido paciente após paciente descrever uma súbita inquietação e insônia. Estas são as marcas de um sistema nervoso simpático hiperativo ou dominante, que impulsiona a resposta de “luta ou fuga” do corpo. Pense em um gladiador se preparando para a batalha: cerrando os punhos, cerrando os maxilares. Por causa do estresse do coronavírus, o corpo permanece em um estado de excitação pronto para a batalha, em vez de descansar e recarregar. Toda essa tensão vai direto aos dentes”, explica.

O que fazer para não deixar a ansiedade prejudicar os dentes?

Para Chen, a solução está na conscientização. É preciso ficar atento se seus dentes estão em constante atrito ou não. Por exemplo: a posição natural da nossa boca não deve permitir que nossos dentes superiores e inferiores estejam se tocando. Quando estamos com os lábios fechados, eles devem permanecer separados por um pequeno espaço. Se isso não acontece, é sinal de que há alguma pressão sobre eles.

A dentista orienta para que o dia a dia de home office tenha alguns momentos de escape. Procure não permanecer tantas horas sentado. Aproveite cada ida ao banheiro para caminhar pela casa, mesmo que você more em um lugar pequeno. Se obrigue a fazer pequenos intervalos de hora em hora. Além disso, quando o serviço acabar, estique seu corpo deitada no chão. Mexa braços e pernas de maneira suave e de um lado para o outro.

Antes de dormir, procure concentrar-se na respiração, inspirando pelo nariz e expirando pela boca. E, se você tiver condições, peça ao seu dentista que faça um protetor para usar ao dormir.

Redação Hypeness

Fotos: Unsplash