O prefeito afastado de Pescaria Brava, Deyvisonn de Souza (MDB), teve sua renúncia oficializada ontem na Câmara de Vereadores. Menos de 24 horas depois de Joares Ponticelli e Caio Tokarski, de Tubarão, pedirem suas renúncias, Deyvisonn também enviou uma carta renunciando ao cargo.
O documento foi encaminhado à presidente da Câmara de Vereadores, Rosilene Faísca da Silva (MDB), que a recebeu na manhã de ontem. “Fui informada pelos advogados do agora ex-prefeito, no início da noite de segunda-feira, mas só recebi a carta oficialmente ontem pela manhã. Confesso que me pegou de surpresa, não esperava por isso”, conta.
Rosilene convocou uma sessão extraordinária ontem, às 17h, para a leitura da carta e oficialização da renúncia. Antes, às 16h, ela se reuniu com os demais vereadores para discutirem os encaminhamentos. “Não há o que ser feito, a não ser acatar a decisão, que é irrevogável. Nestes casos não há votação”, explica.
Em Pescaria Brava, no entanto, diferentemente do que ocorrerá em Tubarão, a renúncia não deve provocar novas eleições no município, uma vez que o vice-prefeito, Lourival Izidoro (PP), que já está na função de prefeito interino desde dezembro do ano passado, foi empossado em definitivo como titular na sessão extraordinária de ontem. Rosilene se manterá como presidente da Casa e assumirá a prefeitura caso o prefeito precise se afastar por férias, por exemplo.
Primeiro prefeito reeleito da cidade
Deyvisonn entrou para a história política brasileira como um dos pouquíssimos prefeitos que foram eleitos por apenas um voto de diferença do adversário. Ele foi o segundo prefeito de Pescaria Brava, município que tem pouco mais de dez anos e estava em seu segundo mandato, sendo reeleito em 2020, com 73% dos votos.
O pedido de renúncia de Deyvisonn de Souza vem sete meses após ele ter sido preso pela Operação Mensageiro, que investiga um esquema de corrupção em contratos de lixo e serviços urbanos em cidades catarinenses. Na carta enviada à presidente da Câmara de Vereadores, o agora ex-prefeito diz que informa a renúncia “por motivo de foro íntimo”.
Ele está preso desde o dia 6 de dezembro no Presídio Santa Augusta, em Criciúma, e aguarda a definição de um pedido de liberdade nos moldes do que foi concedido para Joares Ponticelli (PP) e para Luiz Saliba (PP), ex-prefeito de Papanduva, que também renunciou ao mandato. A prisão do político já soma 218 dias. No último domingo, ele completou 48 anos.
Diário do Sul