Uma reportagem da BBC levantou em maiores detalhes a dinâmica dos moradores da Antártida em tempos de quarentena: por lá, os cuidados são tão ou mais rigorosos do que os que devemos manter no resto do mundo. Não existem testes na Antártida, e somente um hospital com dois enfermeiros e um clínico geral atendem eventuais casos médicos – uma pessoa contaminada teria de ser transportada para o sul do Chile, e cada chegada ou saída de um avião ou navio não só enfrenta a complexidade das temperaturas extremas como, nesse momento, representa mais uma abertura para o transporte do vírus para o continente.

Avião da Força Aérea dos EUA pousando na Antártida © Sgt. Shane A. Cuomo

Bases uruguaias no continente © artigs
Não por acaso, o último navio chegou à Baia de Fildes, onde encontram-se bases de diversos países, no último dia 03 de março (levando alimentos não perecíveis para o resto do ano) e o último avião saiu da Antártida no dia 26 de março – e o continente permanece totalmente isolado. As interações entre os moradores, fundamentais para a situação de natural isolamento que já se encontram naturalmente, cessaram: a base chinesa foi esvaziada e fechada, e cada coisa que chega do “mundo” para a Antártida é inspecionada, desinfetada e lavada. Mais do que enfrentar as temperaturas congelantes, para os cientistas que vivem no continente gelado, é preciso hoje enfrentar a quarentena dentro da quarentena.

Outras bases na Baia © Wikimedia
Foto Capa : Bases na Baia da Esperança, na Antártida © Andrew Shiva/Wikipedia